52% dos brasileiros acreditam que o país deve responder com retaliação aos EUA devido à imposição de tarifas, aponta pesquisa da Ipsos-Ipec
A maioria concorda que o governo Lula deve se pronunciar sobre o caso na mesma medida.
Uma pesquisa Ipsos-Ipec, divulgada na terça-feira (12.ago.2025), aponta que 49% dos brasileiros acreditam que o Brasil deveria responder com a mesma tarifa de 50% proposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), sobre os produtos brasileiros. Já 43% manifestaram que o Brasil não deveria retaliar os EUA dessa forma.
Setenta e cinco por cento dos entrevistados atribuem motivação política à reajuste de tarifas. Doze por cento consideram que se trata de uma decisão econômica.
A pesquisa ocorreu nos dias 1º e 5 de agosto. Realizaram-se 2.000 entrevistas com indivíduos com 16 anos ou mais, abrangendo 132 cidades. O intervalo de confiança é de 95%, com uma margem de erro de 2 pontos percentuais, em qualquer direção. A íntegra (PDF – 348 kB) está disponível.
Será que o Brasil deveria responder na mesma moeda, aplicando tarifas elevadas sobre os produtos americanos?
A decisão de Trump de aplicar tarifas a produtos brasileiros é, em 75%, política.
Ao serem perguntados se, após a implementação da tarifação, a percepção que tinham dos Estados Unidos havia se transformado, os entrevistados responderam:
A Ipsos-Ipec indagou se o Brasil deveria reconsiderar sua relação comercial e adotar uma postura de afastamento dos Estados Unidos.
Ao serem perguntados se o Brasil deveria priorizar acordos com outros parceiros comerciais, como a China e a União Europeia, os entrevistados responderam:
A questão de conflito com os Estados Unidos pode levar o Brasil a um maior isolamento no cenário internacional.
Os resultados indicam que o brasileiro interpreta a medida adotada por Trump como uma manobra política, e não apenas comercial, com expressiva trascendência social. Esse sentimento reflete-se no desgaste da imagem dos Estados Unidos junto aos brasileiros. Além disso, a pesquisa demonstra a polarização nacional: as reações de distanciamento ou retaliação são um reflexo quase perfeito da divisão política do segundo turno de 2022, evidenciando que a política externa tornou-se mais um campo de batalha ideológico interno.
Fonte por: Poder 360
