A Microsoft está sob investigação por supostamente utilizar tecnologia israelense para monitorar palestinos
Empresa assume a contratação de advogados para apurar se uma unidade armazenou gravações de chamadas telefônicas de palestinos em uma plataforma de nuve…

A Microsoft contratou os advogados da firma norte-americana Covington & Burling para apurar se a Unidade 8200, principal agência de inteligência militar de Israel, empregou sua plataforma Azure para guardar gravações de ligações telefônicas de palestinos. As informações são do jornal britânico The Guardian.
A análise foi considerada urgente pela empresa e visa confirmar se ocorreu alguma infração dos termos de serviço da plataforma de computação em nuvem. Trata-se da segunda investigação externa conduzida pela Microsoft em 2025 acerca do emprego de suas tecnologias pelo exército israelense.
O The Guardian, em colaboração com a publicação israelense-palestina +972 Magazine e o veículo israelense Local Call, divulgou que a Unidade 8200 utilizou um ambiente isolado no Azure para armazenar milhões de chamadas telefônicas interceptadas diariamente de palestinos em Gaza e na Cisjordânia.
Utilizar o Azure para o armazenamento de arquivos de dados de chamadas telefônicas obtidos por meio de vigilância ampla ou em massa de civis em Gaza e na Cisjordânia configuraria uma violação de seus termos de serviço.
Uma investigação anterior, finalizada em maio de 2025, “não revelou evidências” de que o exército israelense tivesse infringido os termos de serviço ou empregado o Azure “para atacar ou danificar indivíduos” em Gaza.
De acordo com o The Guardian, informações obtidas das gravações telefônicas armazenadas no Azure foram empregadas para determinar os locais-alvo de ataques em Gaza durante o conflito que se seguiu ao ataque realizado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.
Os ataques militares israelenses em Gaza causaram a morte de mais de 60 mil pessoas, na sua grande maioria civis, de acordo com o ministério da saúde da região. O número total de vítimas pode ser ainda maior.
A Microsoft declarou que seus líderes, incluindo Nadella, não tinham conhecimento de que a unidade estava planejando utilizar o Azure para armazenar conteúdo de chamadas palestinas interceptadas. A empresa também investiga se funcionários sediados em Israel podem ter omitido informações sobre como a Unidade 8200 emprega a plataforma durante a primeira revisão.
Fonte por: Poder 360