Aécio obteve 51 milhões de votos para alcançar apenas 85,3 mil em uma década
Deputado protagonizou disputa acirrada com Dilma, enfrentou desgraças em escândalos e perdeu o papel de liderança esperado pelos tucanos.
Aécio Neves enfrentou uma situação delicada nos últimos anos após ter se destacado como uma figura central no PSDB.
Em 2014, o candidato tucano quase foi eleito presidente, concorrendo contra Dilma Rousseff (PT). Recebeu 51,04 milhões de votos no segundo turno, em comparação com os 54,50 milhões votos da petista.
Aécio obteve 48,26% dos votos em relação a 51,64% de Dilma. Esse foi o segundo resultado com menor diferença em uma eleição após a redemocratização, ficando atrás apenas do confronto entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro em 2022.
Após o encerramento da campanha contra Dilma, o mineiro retomou o cargo de senador que exercia anteriormente, licenciado para concorrer ao Planalto. Permaneciu na cadeira até 1º de fevereiro de 2019. Combinou essa função com a de presidente do PSDB, período que abrangia de 2013 a 2017.
Para não ter que deixar o Congresso Nacional no ano seguinte, Aécio se candidatou à Câmara dos Deputados em 2018. Foi eleito com 106.702 votos. Assumiu assim após deixar o Senado. Foi reeleito para o mesmo cargo em 2022, obtendo 85.341 votos (21.361 a menos do que em 2018).
Após a eleição de 2014, Aécio questionou na Justiça Eleitoral a “credibilidade do processo” de contabilização dos votos e a lisura das urnas eletrônicas. Solicitou uma auditoria especial dos resultados. Contribuiu para intensificar uma discussão na sociedade sobre a confiabilidade das eleições no Brasil. Em 2021, Aécio declarou que a discussão sobre o tema havia sido “desvirtuada”.
Em 2016, com a destituição de Dilma, o partido social-democrata e seus líderes se aproximaram de Michel Temer (MDB), que então assumiu o Palácio do Planalto. Contudo, o governo do emedebista esteve intimamente ligado a denúncias de corrupção. As baixíssimas taxas de aprovação do presidente na época acabaram afetando e prejudicando a imagem dos tucanos.
A fala do PSDB que suscitou ceticismo em relação às eleições também contrariava o que defendia Jair Bolsonaro. O ex-militar candidatou-se à presidência em 2018 (e se retratou um pouco antes, com essa linha de argumentação). Ele obteve a vitória e se tornou presidente com uma postura mais conservadora.
Alguns tucanos incorporaram a nova direita que ganhou destaque no Brasil após Dilma. Diversos se associaram ao bolsonarismo. O partido foi perdendo sua identidade.
Aécio foi diretamente afetado por escândalos de corrupção que prejudicaram sua reputação. Em 2017, por exemplo, o então senador e atual presidente Michel Temer foram os principais alvos da Operação Patmos. O congressista era acusado à época de receber R$ 2 milhões de propina da JBS. Ele posteriormente foi absolvido.
Em 2018,ício voltou a ser alvo da Polícia Federal. A organização investigava a compra de apoio político para a formação de coligação nas eleições de 2014. Delações da JBS indicavam repasses de propina na casa dos R$ 110 milhões ao congressista. A Justiça também não o incriminou por esse caso.
Fonte por: Poder 360