Agência reguladora nega pedido da Enel para afastar relator
Aneel rejeita por unanimidade pedido de impedimento de Fernando Mosna, relator do caso Enel Rio. Confira no Poder360.
Aneel Rejeita Pedido da Enel para Afastamento de Diretor
A diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidiu, por unanimidade, na terça-feira (21 de outubro de 2025), rejeitar o pedido da distribuidora Enel Rio para afastar o diretor Fernando Mosna da relatoria de processos relacionados à empresa. A Enel alegou que Mosna não teria imparcialidade para julgar os casos, citando opiniões públicas anteriores do diretor que seriam contrárias ao grupo.
A companhia argumentou que haveria um conflito de interesse na condução dos processos, o que motivou o pedido administrativo. No entanto, a Aneel considerou que a solicitação não tinha fundamento.
Ação Judicial e Queixas Contra o Diretor
Além do pedido à Aneel, a Enel também protocolou uma ação no TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios) buscando uma indenização de R$ 607,8 mil. A empresa apresentou queixas contra Mosna à CGU (Controladoria Geral da União) e à Polícia Federal.
Em seu voto, Mosna defendeu sua permanência na relatoria, classificando a estratégia da Enel como uma “autoprodução oportunista de litígio”. Ele destacou que as denúncias e a ação judicial foram apresentadas após suas decisões desfavoráveis à empresa.
Implicações e Repercussões da Decisão
A Procuradoria Federal junto à Aneel e os demais diretores apoiaram a posição de Mosna, argumentando que o afastamento do diretor poderia criar um precedente perigoso, permitindo que empresas pressionassem ou afastassem relatores com base em estratégias jurídicas reativas. A diretoria da Aneel considerou o caso uma tentativa de intimidação institucional.
Os diretores alertaram que aceitar o pedido da Enel significaria conceder poder ao regulado para escolher quem o regula, o que poderia enfraquecer a autoridade da agência e abrir espaço para ações semelhantes no futuro.
Contexto da Situação
A tentativa de afastamento ocorreu dias antes da análise de um recurso da Enel contra uma decisão da Aneel que negou o pedido da empresa para refinanciar empréstimos entre empresas do próprio grupo, conhecidos como mútuos intragrupo. Essas operações foram realizadas sem a devida autorização da Aneel, infringindo normas do setor.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Redação
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