Protesto de Agricultores Franceses Contra Acordo com Mercosul
Na última sexta-feira (19), um grupo de agricultores franceses se manifestou em frente à casa de praia do presidente Emmanuel Macron, localizada em Le Touquet, no norte da França. Os manifestantes despejaram esterco e outros materiais nas proximidades da residência como forma de protesto contra o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, além de criticarem a política agrícola do governo francês.
Nos últimos dias, os produtores rurais têm realizado atos em oposição ao tratado de livre comércio, cuja assinatura estava prevista para ocorrer em Foz do Iguaçu, no Paraná, mas foi adiada para janeiro. Eles também expressam preocupação com a gestão do governo em relação a uma doença que afeta o rebanho bovino.
Objetos de Protesto e Reivindicações
Entre os itens deixados em frente à mansão de Macron, que estava sob vigilância de forças de segurança, estavam pneus, repolhos, galhos e um caixão com a inscrição “Não ao Mercosul”. Segundo Benoît Hédin, representante do sindicato agrícola FDSEA, o protesto teve um caráter simbólico e visa chamar a atenção para a “política europeia atual”, incluindo o acordo com o Mercosul e a reforma da Política Agrícola Comum (PAC).
Marc Delaporte, outro agricultor, destacou que a mobilização já dura cerca de dois anos sem resultados concretos. Ele afirmou que produtos importados entram no mercado europeu sem as mesmas exigências regulatórias, o que prejudica a competitividade dos agricultores locais.
Desdobramentos do Acordo Comercial
A Comissão Europeia havia fechado um acordo comercial com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai em dezembro de 2024, em Montevidéu. A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, pretendia formalizar a assinatura durante a cúpula do Mercosul no Brasil, mas isso foi adiado devido à pressão da França, que recentemente recebeu apoio da Itália.
O principal sindicato agrícola francês, FNSEA, considerou o adiamento da assinatura insuficiente e anunciou que continuará a mobilização contra o tratado. Agricultores temem que a entrada de produtos sul-americanos, como carne, arroz, mel e soja, que são mais competitivos, prejudique a produção europeia, enquanto o acordo prevê a ampliação das exportações de veículos e máquinas da União Europeia para o Mercosul.
Fonte por: Jovem Pan
