Analise as “certidões positivas” emitidas pelas redes para identificar os envolvidos na operação do dia 8 de Janeiro

De acordo com informações, membros da equipe de Moraes utilizaram publicações para determinar se um indivíduo deveria ser libertado ou não.

12/08/2025 6:07

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Analise as “certidões positivas” emitidas pelas redes para identificar os envolvidos na operação do dia 8 de Janeiro
(Imagem de reprodução da internet).

O ministério de Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), teria analisado as redes sociais de presos do 8 de Janeiro e utilizado publicações compartilhadas por essas pessoas, em alguns casos antecedendo os ataques às sedes dos Três Poderes, para determinar se os detidos deveriam permanecer encarcerados ou serem soltos, conforme reportagem de David Ágape e Eli Vieira, publicada no Public, site de Michael Shellenberger, autor do Twitter Files Brazil.

Após os distúrbios e o confronto em prédios públicos na Praça dos Três Poderes, os manifestantes foram retornados a um acampamento em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, também chamado Forte Apache do Exército. Na manhã seguinte, todos foram presos. Eram aproximadamente 1.200 indivíduos.

Foi então necessário justificar a manutenção de todas as diligências. Por essa razão, segundo a reportagem, Moraes determinou aos integrantes de seu gabinete que fossem analisados os passados recentes de cada um dos detidos. A intenção era verificar se tinham histórico criminal e também encontrar outros elementos que pudessem sustentar as prisões, uma vez que era impossível saber quem no dia anterior havia depredado ou invadido prédios públicos.

A reportagem indica que membros do gabinete de Moraes passaram a utilizar publicações de presos em redes sociais para verificar se cada um possuía um “certidão positiva” ou “certidão negativa”. O termo “positiva” seria interpretado como “perfil suspeito”, por exemplo, posts criticando ou questionando o resultado da eleição presidencial de 2022, questionando a integridade de urnas eletrônicas ou com manifestações contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou a favor de Jair Bolsonaro (PL). Os jornalistas relatam que, dos registros analisados com os quais tiveram acesso, 42 pessoas receberam certidões “positivas”, e 277, “negativas”. Eles afirmam também que nenhum preso com uma certidão “positiva” foi liberado.

Em 4 de agosto de 2025, Ágape e Vieira contataram o STF, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a PGR (Procuradoria Geral da República), o Exército, Moraes e indivíduos mencionados em capturas de tela de grupos de WhatsApp, buscando uma declaração sobre o caso. Eles informaram que nenhum dos contatados respondeu.

Até o presente momento, as sínteses das quatro certidões foram divulgadas, todas com resultado “positivo”.

Fonte por: Poder 360

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