Análise: Caso de Ramagem é juridicamente semelhante ao de Zambelli
Decisão sobre cassação de Alexandre Ramagem deve ser adiada para 2026, enquanto Hugo Mota reavalia estratégia após caso Zambelli.
Cassação do Mandato de Alexandre Ramagem deve ser Decidida em 2026
A cassação do mandato do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-SP) está prevista para ser analisada apenas em 2026. O pedido foi feito pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a condenação do parlamentar a 16 anos de prisão por sua participação em uma trama golpista.
Comparação com o Caso de Carla Zambelli
Luísa Martins, analista política, destaca que o caso de Ramagem é semelhante ao da deputada Carla Zambelli (PL-SP). O presidente da Câmara, Hugo Motta, está reconsiderando sua estratégia, uma vez que, se o plenário decidir manter o mandato de Ramagem, é provável que uma decisão similar à de Zambelli seja emitida por Moraes.
A situação evidencia um histórico conflito entre o Judiciário e o Legislativo, já que tanto Zambelli quanto Ramagem foram condenados à pena de prisão e à perda do mandato. Zambelli foi condenada por invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça, enquanto Ramagem foi punido por sua participação na trama golpista.
Posicionamento do STF e Estratégia da Câmara
Segundo a analista, o STF considera que cabe à Câmara apenas formalizar a cassação do mandato de Ramagem, sem possibilidade de reversão. Essa interpretação foi aplicada no caso de Zambelli, quando Moraes determinou a cassação automática após a Câmara decidir manter seu mandato.
Hugo Motta estaria recalculando sua estratégia em relação ao caso de Ramagem, uma vez que discutir o tema agora seria considerado uma “batalha perdida”. Diferentemente de Ramagem e Zambelli, a situação do deputado Eduardo Bolsonaro, que também está em pauta na Câmara, não envolve a interferência do STF, pois se refere a faltas parlamentares e não a uma condenação judicial.
Vale ressaltar que ex-presidentes da Câmara, como Rodrigo Maia e Arthur Lira, tentaram acionar o STF para afirmar que a decisão final deveria ser do Congresso, mas essas tentativas não prosperaram, resultando em decisões desfavoráveis.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Redação
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