Aneel Aprova Plano Emergencial para Corte de Geração em Usinas Tipo 3
A Aneel aprovou, na terça-feira (18 de novembro de 2025), um plano emergencial proposto pelo ONS (Operador Nacional do Sistema) que permite o corte temporário de geração em usinas Tipo 3. Essa medida é necessária quando há risco à segurança operativa do sistema elétrico. O mecanismo será utilizado em situações de baixa carga líquida, que ocorrem principalmente em dias com alta irradiação solar e temperaturas amenas, resultando em uma produção elevada de micro e minigeração distribuída.
A baixa carga líquida é caracterizada pela diminuição da demanda total do país, enquanto a geração distribuída atinge picos. Como essa energia é injetada diretamente na rede das distribuidoras, o ONS precisa reduzir a produção das usinas que controla, o que diminui a inércia e a margem de manobra para manter a frequência e a tensão do sistema estáveis. Em situações extremas, isso pode aumentar o risco de instabilidade no Sistema Interligado Nacional (SIN).
Detalhes do Plano Emergencial
O plano estabelece que o ONS deve notificar as distribuidoras com um prazo de 2 a 7 dias antes de acionar o corte de geração. As distribuidoras, por sua vez, são responsáveis por alertar as usinas Tipo 3 conectadas às suas redes, que não são despachadas centralizadamente pelo ONS e podem ter sua geração reduzida temporariamente.
Na primeira fase, 12 distribuidoras com maior concentração de usinas Tipo 3 participarão do plano, incluindo CPFL Paulista, Cemig D, Copel D, Energisa MT e Coelba, que juntas representam cerca de 80% da capacidade desse tipo de geração. Outras empresas poderão ser incluídas posteriormente.
A Aneel determinou que essas distribuidoras desenvolvam, em até 20 dias, instruções de operação que estejam alinhadas com o plano e enviem um inventário atualizado sobre sua capacidade de implementar cortes. O ONS deverá apresentar relatórios técnicos à agência após cada acionamento e terá um prazo reduzido para consultar a sociedade sobre ajustes operacionais urgentes. A Superintendência de Fiscalização Técnica dos Serviços de Energia Elétrica acompanhará toda a implementação.
O diretor-relator Gentil Nogueira destacou que o plano aumenta a transparência do processo e fortalece a coordenação entre distribuidoras e ONS, contribuindo para a redução dos riscos de instabilidade e proteção dos consumidores.
Fonte por: Poder 360
