Após denúncia que vincula o prefeito de São Bernardo a acusações de corrupção, a Procuradoria investiga empresários

O Ministério Público de São Paulo e a Polícia Federal investigam contratos da prefeitura para identificar empresários que teriam financiado o esquema no…

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(Imagem de reprodução da internet).

A denúncia de corrupção contra o prefeito afastado de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, Marcelo Lima (Podemos), principal alvo da Operação Estafeta, não esgota a investigação sobre desvio de dinheiro público na gestão municipal. O Ministério Público de São Paulo e a Polícia Federal agora detalham os contratos da prefeitura para identificar empresários que supostamente financiavam o esquema instalado no Governo Lima. Dois empresários já estão entre os denunciados nesta primeira acusação formal da Procuradoria-Geral de Justiça: Caio Henrique Pereira Fabbri e Edimilson de Deus Carvalho. Eles foram presos em flagrante com mais de R$ 3 milhões em espécie na Operação Estafeta.

Os advogados Wilton Luís da Silva Gomes e Beatriz Alaia Colin, que representam o empresário Caio Henrique Pereira Fabbri, afirmaram que ele sempre “prezou pela lisura de suas atividades empresariais” e não tem envolvimento com irregularidades. Em depoimento à Polícia Federal, Fabbri alegou que o dinheiro foi juntado ao longo de dois anos com a venda de peças de carro. Segundo o empresário, um de seus hobbies é participar de competições de automobilismo e muitas peças que compra acabam sendo revendidas. As transações, de acordo com o depoimento, ocorrem em espécie. Ele disse não ter recibo ou nota fiscal das compras nem comprovantes das vendas. Fabbri declarou ainda que guarda o dinheiro em casa porque tem uma casa em reforma e faz pagamentos em espécie aos pedreiros.

A Operação Estafeta, que afastou o prefeito de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima (Podemos), entrou em uma nova fase. Marcelo Lima é apontado na denúncia como a “figura central” do grupo, participando ativamente da gestão e do fluxo dos valores ilícitos, e não apenas como um “mero beneficiário passivo”. A primeira denúncia tem como base provas encontradas em julho no apartamento de Paulo Iran Paulino Costa, apontado como operador de propinas ao prefeito.

Além de R$ 14 milhão em dinheiro vivo, o endereço continha anotações sobre pagamentos de despesas pessoais de Marcelo Lima e de familiares dele, e comprovantes das transações. Em dois celulares apreendidos no “bunker” do operador foram encontradas dezenas de mensagens sobre o esquema. Os investigadores analisam agora documentos e celulares apreendidos na Operação Estafeta para aprofundar o inquérito. Esse material não foi utilizado na denúncia. Os principais objetivos agora são reconstituir o caminho do dinheiro desviado e identificar outros envolvidos no esquema.

Diversos contratos de áreas como saúde, obras e coleta de lixo teriam sido desviados, conforme a acusação. “A menção explícita de percentuais sobre cada contrato pelos interlocutores nas conversas denota um modus operandi consolidado e um flagrante desprezo pela legalidade”, afirma o procurador-geral. Além da condenação, o Ministério Público pede ao Tribunal de Justiça de São Paulo a perda definitiva dos mandatos de Marcelo Lima e do presidente afastado da Câmara de São Bernardo, vereador Danilo Lima. A Procuradoria requereu ainda a perda do cargo público de servidores que estariam ligados à corrupção e a devolução de R$ 16,9 milhões aos cofres municipais.

A defesa do empresário visa proteger os interesses do empreendedor, assegurando o devido processo legal em casos de investigações ou acusações, garantindo seus direitos e a salvaguarda de sua atividade empresarial.

Caio é denunciado, de forma isolada e ilegal, em razão de ser sócio proprietário da empresa Quality Medical – reconhecida em sua especialidade, com quase 20 anos de atuação, detendo contratos em diversos municípios do Estado de São Paulo. Atualmente, a Quality Medical não possui contrato com a Prefeitura de São Bernardo do Campo, sendo que Caio e os demais sócios desconhecem os nomes das pessoas envolvidas na Operação, sem que haja qualquer vínculo entre eles.

A denúncia do Ministério Público, ao invés de cumprir seu papel, aumenta ainda mais as incertezas em relação ao caso, sem detalhar um único ato ilícito atribuível a Caio Fabbri, devido ao seu afastamento dos fatos investigados na operação Estafeta.

Caio sempre manteve a integridade de suas atividades empresariais e não tem qualquer envolvimento com as práticas ilícitas mencionadas na denúncia, razão pela qual a defesa atribui sua confiança na Justiça, que deverá absolvê-lo prontamente.

Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Sarah Paula

Fonte por: Jovem Pan

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