Astrônomos detectam anéis em formação ao redor do corpo celeste Chiron

Pesquisadores destacam evolução “em tempo real” dos anéis com dados de diversas observações

16/10/2025 12:00

3 min de leitura

Astrônomos detectam anéis em formação ao redor do corpo celeste Chiron
(Imagem de reprodução da internet).

Descoberta de Anéis em Chiron, um Corpo Gelado do Sistema Solar

Os anéis de Saturno são uma das maravilhas do nosso sistema solar, com um diâmetro de aproximadamente 280 mil quilômetros. No entanto, corpos celestes menores também possuem sistemas de anéis impressionantes, mesmo que em menor escala. Recentemente, cientistas observaram pela primeira vez um sistema de anéis em formação ao redor de Chiron, um pequeno corpo gelado que orbita entre Saturno e Urano.

Características de Chiron e Seus Anéis

Chiron, formalmente conhecido como (2060) Chiron, possui cerca de 200 quilômetros de diâmetro e leva aproximadamente 50 anos para completar uma órbita ao redor do Sol. Ele pertence à classe dos centauros, que apresentam características tanto de asteroides quanto de cometas, sendo compostos principalmente de rocha, gelo de água e compostos orgânicos complexos.

Desde sua descoberta em 1977, Chiron tem sido monitorado por astrônomos, que já suspeitavam da presença de material ao seu redor. Em 2023, novas observações realizadas no Observatório do Pico dos Dias, no Brasil, revelaram anéis bem definidos ao redor do corpo, com três anéis internos a distâncias de 273 km, 325 km e 438 km do centro de Chiron, além de um quarto anel a cerca de 1.400 km de distância.

Evolução dos Anéis de Chiron

As observações indicaram que os anéis de Chiron estão em constante evolução, com mudanças significativas detectadas ao longo do tempo. Segundo Chrystian Luciano Pereira, principal autor do estudo publicado no Astrophysical Journal Letters, essa descoberta oferece uma rara oportunidade de entender como essas estruturas se formam e mudam.

Os anéis são provavelmente compostos de gelo de água misturado com pequenas quantidades de material rochoso, similar aos anéis de Saturno. O gelo de água pode ser crucial para a estabilidade dos anéis, pois suas propriedades físicas ajudam a manter as partículas separadas, evitando que se unam em uma lua.

Implicações da Descoberta

Chiron também apresenta atividade semelhante à de cometas, ocasionalmente ejetando gás e poeira. Os pesquisadores sugerem que os anéis podem ser resultado de uma colisão que destruiu uma pequena lua de Chiron ou de material ejetado do próprio corpo. Essa evolução dos anéis pode ajudar a entender os mecanismos que regem a formação de anéis e satélites em torno de pequenos corpos no universo.

Com a descoberta de Chiron, o número de corpos menores com anéis no sistema solar aumenta para quatro, incluindo o centauro Chariklo e dois mundos gelados além de Netuno, Haumea e Quaoar. Essa diversidade sugere que a formação de anéis não é exclusiva de grandes planetas, mas um fenômeno que pode ocorrer sempre que as condições físicas forem favoráveis.

Conclusão

A descoberta dos anéis em Chiron representa um avanço significativo na compreensão dos sistemas de anéis no sistema solar. Essa pesquisa não apenas amplia o conhecimento sobre Chiron, mas também oferece insights sobre a dinâmica de anéis e satélites em corpos celestes menores, destacando a complexidade e a diversidade do nosso sistema solar.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Responsável pela produção, revisão e publicação de matérias jornalísticas no portal, com foco em qualidade editorial, veracidade das informações e atualizações em tempo real.