Ataque dos EUA à Venezuela pode se tornar novo Vietnã, alerta Celso Amorim
Assessor da Presidência alerta que ação militar dos EUA pode transformar região em “zona de guerra”
Possível Conflito na América do Sul e a Visão de Celso Amorim
Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República e conselheiro de política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alertou que uma ação militar dos Estados Unidos na Venezuela poderia transformar a América do Sul em um cenário de guerra semelhante ao do Vietnã. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Amorim classificou o fechamento do espaço aéreo venezuelano, determinado por Donald Trump, como um “ato de guerra”.
Implicações de uma Intervenção Estrangeira
Amorim expressou que uma invasão real na Venezuela poderia resultar em uma resistência unificada, até mesmo entre opositores do governo de Nicolás Maduro. Ele destacou que a história da América do Sul é marcada pela resistência contra invasores estrangeiros e enfatizou que a última coisa que o continente deseja é se tornar uma zona de guerra, o que poderia levar a um envolvimento global indesejado.
Histórico do Conflito do Vietnã
O conflito do Vietnã, que ocorreu entre 1959 e 1975, resultou em mais de um milhão de mortes de vietnamitas e cerca de 58 mil norte-americanos. O uso de armas químicas, como o agente laranja, causou danos ambientais significativos e deslocou milhões de pessoas. As táticas de guerrilha utilizadas pelo Vietnã do Norte, juntamente com o apoio logístico de aliados, foram cruciais para a resistência.
Ações Recentes dos EUA na Venezuela
Desde agosto, os Estados Unidos intensificaram suas ações contra o governo venezuelano, incluindo uma recompensa de US$ 50 milhões pela captura de Maduro e o maior deslocamento naval no Caribe desde a crise dos mísseis cubanos. Além disso, ataques aéreos contra embarcações de drogas resultaram em mais de 80 mortes. Amorim criticou o fechamento do espaço aéreo venezuelano como “totalmente ilegal”.
Propostas para a Situação na Venezuela
O Brasil não reconheceu a vitória de Maduro nas eleições de 2024, e Amorim mencionou problemas na contagem dos votos, alertando que a contestação de eleições questionáveis não deve justificar intervenções militares. Como solução, ele sugeriu a realização de um referendo revogatório, semelhante ao que ocorreu na Venezuela em 2004, onde o então presidente Hugo Chávez aceitou a proposta e venceu a consulta popular.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Redação
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