Explosivos e ataque em Bondi: detalhes do massacre em Sydney
A polícia australiana revelou que bombas caseiras, feitas com canos e bolas de tênis, foram lançadas contra uma multidão na praia de Bondi antes do massacre, mas não detonaram. As informações foram divulgadas em documentos judiciais nesta segunda-feira (22).
O ataque, que ocorreu durante uma celebração judaica do Hanukkah em Sydney no dia 14 de dezembro, resultou na morte de quinze pessoas e deixou dezenas de feridos. O incidente chocou o país e gerou apelos por leis de controle de armas mais rigorosas e esforços para combater o antissemitismo.
Um dos supostos atiradores, Sajid Akram, de 50 anos, foi morto pela polícia e possuía seis armas de fogo. Seu filho, Naveed Akram, de 24 anos, enfrenta 59 acusações, incluindo homicídio e terrorismo, conforme informações da polícia.
Planejamento do ataque e evidências encontradas
Os suspeitos planejaram o ataque por meses e realizaram reconhecimento do local dois dias antes do massacre, de acordo com um relatório policial. Imagens mostravam o pai e o filho supostamente treinando com armas em uma área rural de Nova Gales do Sul, o estado mais populoso da Austrália.
Além disso, a polícia encontrou um vídeo gravado em outubro no celular de um dos atiradores, onde eles aparecem fazendo declarações sobre os motivos do ataque, em frente a uma imagem da bandeira do Estado Islâmico.
Na madrugada do ataque, os homens foram filmados por câmeras de segurança transportando objetos volumosos de uma casa alugada até um carro. A polícia acredita que esses itens incluíam espingardas, um rifle Beretta e várias bombas caseiras, que foram lançadas contra a multidão antes do início dos disparos, embora não tenham explodido.
Propostas de leis de controle de armas
Em resposta ao massacre, o Parlamento de Nova Gales do Sul foi convocado para votar novas leis que imporiam restrições significativas à posse de armas de fogo e proibiriam a exibição de símbolos terroristas. A legislação proposta limitaria o número de armas que uma pessoa pode possuir a quatro, ou até 10 para grupos específicos, como agricultores.
Apesar de a Austrália já ter algumas das leis de controle de armas mais rigorosas do mundo, o ataque em Bondi destacou lacunas que precisam ser abordadas. Atualmente, existem mais de 70 pessoas no estado que possuem mais de 100 armas de fogo, com um portador de licença possuindo até 298 armas.
A nova legislação também daria à polícia mais poderes para agir durante protestos, incluindo a remoção de máscaras. O governo estadual se comprometeu a proibir o grito de guerra “globalizar a intifada”, que é considerado um incentivo à violência.
O primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Chris Minns, expressou a necessidade de unir a comunidade, composta por diversas raças e religiões, de forma pacífica, e afirmou que a legislação é essencial para garantir a segurança pública.
Fonte por: CNN Brasil
