Austrália homenageia as 15 vítimas do massacre em Bondi Beach

Vigília atraiu 20 mil pessoas com vaias ao primeiro-ministro e promessas de endurecimento das leis contra extremismo e armas.

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Pessoas em luto comparecem à cerimônia em memória das vítimas do tiroteio ocorrido na praia de Bondi, em Sydney

Pessoas em luto comparecem à cerimônia em memória das vítimas do tiroteio ocorrido na praia de Bondi, em Sydney

Austrália presta homenagem às vítimas de ataque em Bondi Beach

No último domingo (21), australianos de diversas localidades realizaram um minuto de silêncio e acenderam velas em memória das 15 vítimas do ataque armado em Bondi Beach. O incidente ocorreu uma semana após dois homens abrirem fogo em uma multidão durante as celebrações da festividade judaica de Hanukkah, em Sydney.

Os acusados, Sajid e Naveed Akram, pai e filho, dispararam contra os presentes em um dia ensolarado em Bondi Beach, um famoso destino turístico. Sajid, de 50 anos, foi morto pela polícia durante o ataque, enquanto Naveed, de 24 anos, permanece hospitalizado sob custódia e enfrenta acusações de terrorismo e 15 homicídios.

As autoridades acreditam que os atiradores agiram motivados por ideologias do grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Este ataque é considerado um dos mais mortais na Austrália em quase três décadas, com vítimas incluindo uma menina de 10 anos e um sobrevivente do Holocausto de 87 anos, que morreu tentando proteger sua esposa.

Reflexão e solidariedade nacional

Uma semana após o ataque, os australianos se uniram em um momento de reflexão, que começou às 18h47, horário local. O dia de homenagem foi inspirado pela mensagem de Hanukkah, “a luz sobre a escuridão”. As bandeiras foram hasteadas a meio mastro e as autoridades incentivaram a população a acender velas em suas janelas como forma de apoio à comunidade judaica.

Roslyn Fishall, membro da comunidade judaica de Sydney, destacou a importância da união: “Estamos aqui juntos. Aproximem-se de desconhecidos e os abracem. Vamos fazer a paz juntos”, disse durante um memorial improvisado na praia.

Críticas ao governo e ao combate ao antissemitismo

O primeiro-ministro Anthony Albanese participou de uma vigília em Bondi Beach, mas foi vaiado por alguns presentes e não fez discurso. O ataque levantou críticas sobre a eficácia da Austrália em combater o antissemitismo. David Ossip, presidente do conselho judaico local, lamentou a perda de vidas e a falta de ação diante de sinais de alerta.

Os organizadores estimaram que cerca de 20 mil pessoas compareceram ao evento em Bondi Beach, refletindo a indignação da população.

Medidas de segurança e controle de armas

O ataque gerou um debate nacional sobre o antissemitismo e a proteção da comunidade judaica na Austrália, além de promessas de endurecimento das leis sobre posse de armas e discursos de ódio. Albanese anunciou uma revisão dos serviços de polícia e inteligência para garantir a segurança dos cidadãos após o ataque.

Histórias de coragem também emergiram, como a de Ahmed al Ahmed, um comerciante que, ao tentar desarmar um dos atiradores, foi ferido. O governo australiano planeja implementar medidas mais rigorosas para regular a posse de armas, em resposta ao aumento da violência.

Com a crescente preocupação sobre a segurança, muitos australianos pedem um controle mais rigoroso sobre a posse de armas, acreditando que isso poderia ter evitado a tragédia em Bondi Beach.

Fonte por: Jovem Pan

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