Bamerindus, Santos e Cruzeiro do Sul: Recorde os resgates do FGC
Banco Master sofre intervenção do BC, com 1,6 milhão de credores e R$ 41 bilhões em pagamentos estimados.
Liquidação Extrajudicial do Banco Master
A liquidação extrajudicial do Banco Master, determinada pelo Banco Central nesta terça-feira (18), remete a casos anteriores de instituições financeiras que enfrentaram falências. O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) deve realizar o maior resgate da história do Brasil, com um valor estimado de R$ 41 bilhões, beneficiando cerca de 1,6 milhão de credores com depósitos e investimentos elegíveis.
Casos Emblemáticos de Falências Bancárias no Brasil
Historicamente, o Brasil já vivenciou a falência de diversas instituições financeiras. A seguir, destacamos alguns casos notáveis que marcaram o setor bancário.
Bamerindus
O Bamerindus do Brasil foi um dos maiores bancos privados do país na década de 1990. Em 1995, a instituição entrou em crise e precisou de empréstimos de outros bancos. Com um patrimônio líquido negativo de R$ 4,2 bilhões, sofreu intervenção do Banco Central em 1997, e seu controle foi transferido para o HSBC, culminando em sua liquidação extrajudicial no ano seguinte.
O processo de liquidação se estendeu por 16 anos, até que em 2013 o banco de investimentos BTG Pactual adquiriu o espólio do Bamerindus por R$ 418 milhões. Mesmo assim, o FGC teve que desembolsar R$ 3,5 bilhões em 2014 para cobrir o déficit financeiro da instituição.
Banco Santos
Fundado por Edemar Cid Ferreira, o Banco Santos foi colocado sob intervenção do Banco Central em novembro de 2006. Durante a fiscalização, foram descobertas fraudes e indícios de crimes financeiros. Inicialmente, o rombo estimado era de R$ 703 milhões, mas em maio de 2007, esse valor subiu para R$ 2,236 bilhões devido a fraudes e má gestão, levando à liquidação extrajudicial do banco.
O Banco Central identificou que algumas operações de crédito já haviam sido quitadas, mas ainda constavam como ativos na contabilidade, o que mascarava a real situação financeira da instituição.
Cruzeiro do Sul
O Cruzeiro do Sul atuou como agente do BNDES e dealer oficial do Banco Central para negociação de títulos do Tesouro Nacional. No entanto, em 2011, a instituição começou a enfrentar dificuldades financeiras e teve sua classificação de risco rebaixada. Em 2012, o Banco Central interveio e constatou um rombo de R$ 1,3 bilhão, resultante de créditos fictícios.
Após tentativas frustradas de venda, o Cruzeiro do Sul teve sua liquidação extrajudicial decretada, e a falência foi oficialmente reconhecida em 2015 pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Conclusão
A liquidação do Banco Master e os casos de falências anteriores ressaltam a fragilidade do sistema financeiro e a importância de uma supervisão rigorosa. O papel do FGC se torna crucial em momentos como este, garantindo a proteção dos depositantes e a estabilidade do setor bancário.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Redação
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