Bastidores: governo Lula vê anúncio de Flávio como estratégia para 2030

Flávio Bolsonaro é anunciado como candidato à Presidência em 2026

Em Brasília, membros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e políticos de partidos centristas analisam a decisão de Jair Bolsonaro de lançar seu filho, Flávio Bolsonaro, como candidato à Presidência da República. Essa estratégia é vista como uma manobra voltada para as eleições de 2030 e para a preservação do legado político da família Bolsonaro.

Impacto da decisão no cenário político

Políticos que conversaram com a reportagem sob condição de anonimato consideram que o anúncio desafia diretamente os planos do Centrão, que pretendia apoiar Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, como candidato à Presidência em troca de um indulto caso vencesse em 2026. Apesar de Flávio manter um discurso de reeleição em São Paulo, nos bastidores, ele demonstrava interesse em uma candidatura ao Planalto.

Repercussão do anúncio

A confirmação de Flávio como candidato surpreendeu o meio político, principalmente pelo timing da divulgação. Integrantes do governo Lula expressaram ceticismo quanto à possibilidade de Tarcísio abdicar de sua reeleição para concorrer à Presidência, mas a forma como o apoio foi anunciado pegou a todos de surpresa.

Estratégia política e desafios

Alguns ministros do governo consideram o anúncio um “balão de ensaio”, uma estratégia para medir a reação do público antes de uma confirmação oficial. No entanto, a confirmação por parte de Flávio e do PL, mesmo diante de uma reação negativa do mercado financeiro, sugere uma intenção séria por trás da candidatura.

Perspectivas para o futuro

Desde a prisão de Bolsonaro em novembro, Flávio se tornou o principal canal de comunicação do ex-presidente com o mundo externo. A decisão de lançar Flávio como candidato é vista como uma forma de manter o eleitorado de direita atento às eleições de 2030, cientes de que a disputa de 2026 será desafiadora contra o atual presidente.

Embora Lula enfrente desafios em sua aprovação, ele ainda conta com a máquina pública e programas sociais que serão lançados em breve. A verdadeira ameaça para Bolsonaro pode não ser a esquerda, mas sim a centro-direita, que já expressou insatisfação com a falta de estratégia na união política.

A escolha de apoiar Tarcísio de Freitas poderia fortalecer a posição do governador, mas também marginalizaria a família Bolsonaro no cenário político. A decisão de Flávio de se candidatar, em um momento em que se esperava que Bolsonaro tomasse mais tempo para decidir, levanta questões sobre a dinâmica interna do bolsonarismo e a influência dos líderes centristas no processo decisório.

Fonte por: Estadao