BC evita ‘risco de Banco Ipiranga’ e quebra do BRB com liquidação no Master

Banco Central permite investigações da Polícia Federal enquanto Master devolve recursos ao Banco de Brasília

23/11/2025 8:30

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(Imagem de reprodução da internet).

Banco Master: De instituição financeira a alvo da PF e do BC

O Banco Master, que anteriormente oferecia CDBs com rendimento de até 140%, se tornou alvo de investigações da Polícia Federal e do Banco Central do Brasil. A trajetória da instituição, que culminou na prisão de seu controlador, Daniel Vorcaro, ocorreu em meio a preocupações sobre a saúde financeira do Banco de Brasília (BRB), que havia adquirido bilhões em ativos problemáticos do Master.

Preocupações do Banco Central

O Banco Central tinha duas prioridades em relação ao Banco Master: evitar a falência do BRB e prevenir que uma possível liquidação do banco privado resultasse em indenizações bilionárias à União. Para isso, foi determinada a necessidade de aportes financeiros por parte dos controladores do Master, que seriam utilizados para cobrir as perdas do BRB, enquanto as investigações da PF prosseguiam.

Além disso, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) se comprometeu a liberar R$ 4 bilhões para o Master, com a condição de que os proprietários do banco realizassem aportes equivalentes. No entanto, a prisão de Vorcaro e a decisão judicial que a acompanhou resultaram no fim desses aportes e da linha de crédito do FGC.

Consequências da prisão de Vorcaro

A prisão de Vorcaro e a liquidação do Banco Master ocorreram simultaneamente, após meses de investigações e transferências de recursos. A decisão judicial que levou à prisão do banqueiro também encerrou os aportes financeiros e a assistência do FGC ao banco. Com isso, o Banco Central pôde proceder com a liquidação do Master, respaldado por uma base legal sólida.

Técnicos do Banco Central mencionaram o caso do Banco Ipiranga, liquidado na década de 1970, como um exemplo a ser evitado. Advogados tentam atualmente no Superior Tribunal de Justiça (STJ) uma indenização da União, alegando que o Ipiranga foi liquidado prematuramente, quando ainda tinha ativos que poderiam ser vendidos.

Recuperação do BRB e vigilância contínua

O Banco de Brasília conseguiu recuperar R$ 12 bilhões das carteiras problemáticas adquiridas do Master, sendo R$ 3 bilhões provenientes de aportes dos controladores do Master e R$ 9 bilhões de ativos reavaliados, como carteiras de crédito e imóveis. Contudo, o risco de que esses ativos não apresentem o desempenho esperado continua a ser uma preocupação, exigindo atenção constante do Banco Central.

Os diretores Renato Gomes e Ailton de Aquino, indicados por presidentes diferentes, foram fundamentais na gestão dessa complexa situação ao longo dos últimos 11 meses. Eles enfrentaram pressões políticas significativas, incluindo tentativas de reduzir a independência do Banco Central por meio de projetos na Câmara dos Deputados.

Fonte por: Estadao

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