Bolsonaro afirma não ter protagonizado a tentativa de golpe e solicita anulação do processo

Ex-presidente questiona declarações de Mauro Cid e solicita ao STF anulação do processo; julgamento ocorrerá em setembro.

13/08/2025 22:47

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Bolsonaro afirma não ter protagonizado a tentativa de golpe e solicita anulação do processo
(Imagem de reprodução da internet).

Jair Bolsonaro (PL), em regime de prisão domiciliar, submeteu ao STF (Supremo Tribunal Federal) suas últimas alegações na ação penal que investiga o núcleo central da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Na manifestação, a defesa alega que não há provas concretas que relacionem Bolsonaro a planos golpistas ou aos atos extremistas de 8 de janeiro, argumentando que a acusação se baseia nos relatos de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, considerado pelos advogados um delator não confiável, que teria mentido e sofrido coação.

A acusação argumenta que os atos imputados ao ex-presidente teriam caráter preparatório, sendo, por conseguinte, inviáveis de responsabilização com base na legislação brasileira.

A conclusão marca o fim da etapa de instrução processual, última chance para a defesa apresentar contestações às acusações com as evidências coletadas no processo. O julgamento será conduzido pela 1ª Turma do STF, provavelmente em setembro, em data a ser definida pelo ministro Cristiano Zanin.

Os membros do núcleo 1 são responsabilizados por crimes, incluindo a organização criminosa armada, a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A exceção é Alexandre Ramagem (PL-RJ), cuja ação foi suspensa em relação aos crimes de 8 de janeiro, quando ele já era deputado.

Os crimes, conforme a PGR (Procuradoria Geral da República), foram praticados para sustentar Bolsonaro no poder após sua derrota em 2022. Em 14 de julho, o Órgão solicitou a condenação dos oito réus, alegando que o ex-presidente liderou a organização criminosa, atuando como principal articulador e principal beneficiário das ações destinadas à ruptura do Estado democrático de direito.

Além de Bolsonaro, também são réus:

O tenente-coronel Mauro Cid já apresentou suas alegações finais em 29 de julho, solicitando a manutenção dos benefícios do acordo e a absolvição, argumentando que apenas testemunhou os fatos como ajudante de ordens de Bolsonaro.

Após a apresentação das alegações finais, o caso passa para a fase de elaboração do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes. O documento sumariza todo o processo, organiza as provas e apresenta o voto do relator, que indica se ele recomenda a absolvição ou condenação dos réus. Não há prazo definido para essa etapa.

Com o relatório finalizado, o processo é encaminhado para julgamento na 1ª Turma do STF, composta por Carmen Lúcia, Flávio Dino, Luiz Fux e pelo presidente Cristiano Zanin, responsável por definir a data da sessão. No dia do julgamento, o relator apresenta o relatório, a PGR expõe suas considerações e cada defesa tem até uma hora para se manifestar. Em seguida, os ministros votam.

Fonte por: Poder 360

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