Bolsonaro tentou romper tornozeleira, diz perícia sobre aquecimento direcionado
Peritos da Polícia Federal confirmam que Jair Bolsonaro tentou violar tornozeleira eletrônica com ferro de solda.
Perícia da Polícia Federal aponta tentativa de violação da tornozeleira de Bolsonaro
Peritos da Polícia Federal (PF) concluíram que o ex-presidente Jair Bolsonaro tentou romper sua tornozeleira eletrônica utilizando um ferro de solda. A investigação revelou que houve “aquecimento direcionado para abertura” do equipamento.
Os especialistas utilizaram diversas técnicas, incluindo fotos, análise microscópica e exames de microfluorescência de Raios X, para chegar a essa conclusão. A presença de ferro na área danificada da tornozeleira e as marcas encontradas são compatíveis com a aplicação de um ferro de solda.
Depoimento de Bolsonaro e suas alegações
Bolsonaro relatou ter passado por um “surto” e afirmou que não tinha intenção de fugir. Durante a audiência, ele mencionou ter tido uma “alucinação” de que havia uma escuta no equipamento. O ex-presidente também declarou que não recebeu ajuda e que ninguém presente na casa testemunhou a tentativa de violação. Ele afirmou que já possuía o ferro de solda antes do incidente.
Além disso, Bolsonaro disse que começou a tomar sertralina, um antidepressivo, quatro dias antes de sua prisão, e que isso pode ter interagido de forma negativa com a pregabalina, um anticonvulsivo, causando dificuldades para dormir.
Consequências da tentativa de violação
A tentativa de violação da tornozeleira foi um dos motivos utilizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para determinar a prisão do ex-presidente. Após sua chegada à Superintendência da PF, Bolsonaro teve uma nova tornozeleira colocada. A Primeira Turma do STF decidiu manter a prisão do ex-presidente.
Bolsonaro está detido em uma sala reservada para autoridades, similar a espaços utilizados por outros ex-presidentes, como Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer. Contudo, essa decisão ainda não marca o início do cumprimento da pena de reclusão.
Prisão e recursos legais
Em 11 de setembro, o STF condenou Bolsonaro e sete aliados por crimes como organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A maioria dos réus recebeu penas superiores a 20 anos de prisão em regime fechado, mas as prisões não serão imediatas, pois ainda há possibilidade de recursos.
Recentemente, a defesa de Bolsonaro solicitou que ele cumpra sua pena de 27 anos e três meses em casa, alegando que sua saúde está debilitada e que isso representaria risco à sua vida. Além disso, a defesa pretende recorrer da condenação utilizando embargos infringentes ao STF.
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Redação
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