Violência Contra Mulheres no Brasil em 2025
O Brasil vive um momento alarmante em 2025, marcado por uma série de crimes de violência extrema contra mulheres. Este ano já é lembrado não apenas por estatísticas preocupantes, mas também pelos rostos e nomes de mulheres cujas vidas foram brutalmente interrompidas. A sequência de feminicídios revela um colapso nas instituições, nas políticas públicas e em uma cultura que ainda normaliza a violência como um “conflito de relacionamento”.
Feminicídios e a Cultura da Violência
Os crimes cometidos contra mulheres neste ano não foram homicídios comuns, mas atos de crueldade perpetrados, muitas vezes, por pessoas próximas. Cada caso expõe não apenas a brutalidade dos agressores, mas também as falhas da sociedade e do Estado em interromper ciclos de violência que são conhecidos e previsíveis. Os feminicídios e outros crimes violentos não surgem do nada; eles são anunciados por sinais claros e ameaças que, se tratados com prioridade, poderiam ser evitados.
A violência de gênero segue um padrão reconhecido pela criminologia e pela experiência policial. Não existem feminicídios repentinos; eles deixam rastros e avisos. Ignorar esses sinais é uma escolha cultural e uma falha institucional.
Dados Alarmantes de Violência
Os dados do Mapa Nacional da Violência de Gênero, elaborado pelo Observatório da Mulher Contra a Violência, revelam a gravidade da situação: entre janeiro e junho de 2025, foram registrados 718 feminicídios, o que representa uma média de quatro mulheres mortas por dia. Além disso, 33.999 estupros foram contabilizados no mesmo período, resultando em cerca de 187 casos diários.
Esses crimes também evidenciam a naturalização da violência contra a mulher na sociedade. Comentários que questionam a conduta da vítima ou que tentam justificar a agressão são comuns e distorcem a realidade, contribuindo para a perpetuação da violência.
Necessidade de Mudança e Ação
Enfrentar a violência contra a mulher requer uma mudança cultural, além de decisões políticas e técnicas. É fundamental investir em uma polícia judiciária estruturada, promover investigações rápidas e garantir a responsabilização efetiva dos agressores. O descumprimento de medidas protetivas deve ser tratado como um sinal de alerta, e não como um detalhe processual.
O Brasil precisa decidir se continuará a reagir apenas após a tragédia ou se terá a coragem institucional de agir antes que mais vidas sejam perdidas. Quatro mulheres mortas por dia e 187 estupradas são números que refletem a falha do país em proteger suas cidadãs. Não podemos permitir que essa falha se repita.
Fonte por: Estadao
