Brasil enxerga com ceticismo possibilidades de progresso na declaração do G20

Trump indica “guinada” para 2026 em meio à oposição dos EUA à agenda do grupo, afirmam diplomatas.

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(Imagem de reprodução da internet).

Desafios da Diplomacia Brasileira no G20 de 2025

A diplomacia brasileira enfrenta um cenário desafiador em relação ao G20, que será presidido pela África do Sul em 2025. As expectativas de que a cúpula produza uma Declaração de Líderes com avanços significativos na agenda do grupo são pessimistas. A próxima reunião entre chefes de Estado está agendada para novembro.

Um dos principais fatores que contribuem para esse pessimismo é a resistência do governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, em relação a temas cruciais da agenda, como o combate às mudanças climáticas, a igualdade de gênero e a distribuição de renda.

Oposição Americana e Impactos na Cúpula

No G20 realizado no Brasil, o presidente argentino, Javier Milei, manifestou sua oposição a esses temas, mas sua influência foi considerada limitada, não comprometendo a declaração final. O texto assinado no Rio de Janeiro incluiu compromissos climáticos e a proposta de taxação de super-ricos. No entanto, a postura do governo Trump representa um desafio ainda maior.

Diplomatas afirmam que ainda não está claro se Trump comparecerá à cúpula ou se optará por “esvaziá-la”. Em ambos os cenários, as chances de um consenso em uma declaração são consideradas baixas, uma vez que o republicano não deve ceder em questões sensíveis e os demais países não aceitarão um texto menos robusto do que o acordado anteriormente.

Expectativas para o G20 em 2025

Relatos indicam que, nos encontros do G20 em 2025, os Estados Unidos demonstram interesse em uma “guinada” na direção do grupo. Com a presidência dos EUA prevista para 2026, há uma intenção de reverter o G20 a um formato mais focado em cooperação econômica e financeira, afastando-se de temas políticos e sociais.

Durante uma reunião de autoridades do bloco em setembro, realizada à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova York, a representante americana, Allison Hooker, enfatizou que Trump deseja remover da agenda do G20 todos os assuntos considerados “secundários” para Washington. Segundo Hooker, o G20 deve retornar às suas origens, quando era um fórum restrito a ministros da Fazenda, criado em 1999 para discutir crises financeiras internacionais.

Conclusão sobre o Futuro do G20

O futuro do G20 sob a presidência da África do Sul e a influência dos Estados Unidos nos próximos anos levantam questões sobre a viabilidade de um consenso em temas globais críticos. A diplomacia brasileira, diante desse cenário, terá que navegar cuidadosamente entre as diferentes posições dos países membros para buscar avanços significativos na agenda do grupo.

Fonte por: CNN Brasil

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