Oportunidades nas Relações Brasil–Estados Unidos
Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), destacou que o Brasil e os Estados Unidos estão em um momento oportuno, mas que essa janela é “efêmera” e deve ser aproveitada nos próximos três meses. As declarações foram feitas durante o Encontro Empresarial BR-US 2025, promovido pela Amcham.
Desafios e Expectativas do Governo Americano
Azevêdo mencionou que o governo do presidente Donald Trump busca reduzir os juros nos Estados Unidos, mas para isso precisa controlar a inflação e melhorar sua posição política antes das eleições legislativas do próximo ano. Ele enfatizou a necessidade de resolver questões relacionadas às tarifas de importação antes que o processo eleitoral se intensifique.
“O horizonte de tempo é curto. Precisamos encontrar soluções rapidamente, nos próximos três meses. Seis meses pode ser complicado, pois muitos fatores podem interferir”, afirmou Azevêdo.
Explorando Oportunidades Geoestratégicas
Além de aproveitar as vulnerabilidades internas dos Estados Unidos, Azevêdo sugeriu que o Brasil deve explorar seu potencial geoestratégico, especialmente em relação à oferta de terras raras e minerais críticos. Ele acredita que o Brasil pode se posicionar como um parceiro preferencial e seguro para os EUA, facilitando negociações e investimentos.
O ex-diretor da OMC ressaltou que o Brasil deve adotar uma postura pragmática nas negociações, ciente de que fatores políticos podem impactar os diálogos, citando a situação na Venezuela como um exemplo de complicação nas tratativas.
Rivalidade EUA-China e Oportunidades para o Brasil
Azevêdo também apontou que a rivalidade entre China e Estados Unidos representa uma grande oportunidade para o Brasil. A China é o principal destino das exportações brasileiras, enquanto os EUA são responsáveis por investimentos significativos em setores de alto valor agregado no Brasil.
Ele alertou que perder a conexão com qualquer um desses dois parceiros comerciais teria consequências severas para o Brasil, afirmando que “um não substitui o outro” e que ambos desempenham papéis cruciais na economia brasileira.
Fonte por: Estadao
