Centenas de pessoas processam o Japão por danos do aquecimento global
Grupo pede indenizações simbólicas pela omissão do governo nas mudanças climáticas
Japonês processa governo por inação em relação às mudanças climáticas
Centenas de cidadãos no Japão iniciaram um processo contra o governo nesta quinta-feira (18), buscando indenizações por sua falta de ação diante das mudanças climáticas. O advogado Akihiro Shima, responsável pela ação, afirmou que o tribunal aceitou oficialmente o recurso, argumentando que a inação do governo é inconstitucional.
A ação judicial critica as medidas consideradas “gravemente insuficientes” do Japão em relação às mudanças climáticas, que ameaçam a saúde e a vida dos quase 450 signatários. Um dos demandantes, o construtor Kiichi Akiyama, relatou que o calor intenso tem forçado sua equipe a trabalhar mais lentamente, resultando em “enormes prejuízos” para sua empresa.
Impactos do calor extremo
O Japão registrou neste ano o verão mais quente desde 1898, e os demandantes alegam que as ondas de calor causam perdas econômicas e prejudicam as plantações. Akiyama, que frequentemente trabalha sob altas temperaturas, mencionou que sua equipe leva até três vezes mais tempo para concluir os projetos devido ao calor extremo.
Ele destacou que a situação poderia ser diferente se o governo adotasse políticas climáticas mais eficazes. O porta-voz do governo japonês, Minoru Kihara, não comentou diretamente sobre a ação, mas ressaltou que o Japão estabeleceu metas “ambiciosas” de redução de emissões, alinhadas ao Acordo de Paris.
Contexto de ações climáticas no Japão
Antes dessa ação, outras cinco demandas relacionadas ao clima já haviam sido apresentadas nos tribunais japoneses, incluindo uma contra usinas termelétricas a carvão. No entanto, esta é a primeira vez que se busca indenizações do Estado devido às mudanças climáticas. O resumo da ação afirma que as medidas do governo são inadequadas e violam os direitos dos cidadãos a uma vida pacífica e a um clima estável.
Objetivos e desafios da ação
Os demandantes buscam uma compensação de mil ienes (aproximadamente US$ 6,5 ou R$ 35) por pessoa, mas o foco principal é chamar a atenção para a responsabilidade do país em relação às mudanças climáticas. A professora Masako Ichihara, da Universidade de Kyoto, reconheceu que as chances de vitória no tribunal são baixas, mas acredita que a ação pode sensibilizar a opinião pública sobre a questão.
O Japão se comprometeu a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 60% até 2035 e 73% até 2040, em comparação com os níveis de 2013. No entanto, essas metas estão aquém dos objetivos globais estabelecidos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e não são vinculativas, conforme a ação judicial.
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Redação
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