Auditoria da CGU Revela Fragilidades nos Correios
Uma auditoria realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU) apontou “fragilidades irrelevantes” nos controles internos dos Correios, sugerindo ajustes no balanço de 2023. Caso a empresa precise republicar seus resultados financeiros, o prejuízo da estatal pode aumentar em cerca de R$ 1 bilhão.
Atualmente, os Correios enfrentam uma grave crise financeira, acumulando um resultado negativo de aproximadamente R$ 6 bilhões até setembro de 2025. O aumento das despesas com precatórios e dívidas judiciais é um dos principais fatores que contribuem para esse déficit.
Manobra em Provisões Trabalhistas
A CGU focou na significativa redução de uma reserva destinada a processos trabalhistas. Em dezembro de 2023, os Correios tinham uma provisão de R$ 1,032 bilhão para ações relacionadas ao pagamento cumulativo de benefícios, como AADC (Adicional de Atividade de Distribuição e/ou Coleta Externa) e Adicional de Periculosidade.
No entanto, em fevereiro de 2024, a estatal diminuiu esse valor para apenas R$ 18, o que equivale a R$ 1 por ação. A justificativa da empresa foi que uma liminar favorável em outro processo permitiria compensar as dívidas. A CGU, por sua vez, considera essa manobra sem evidências concretas e em desacordo com normas contábeis, o que compromete a transparência e não reflete a realidade das obrigações da empresa.
Sistema Obsoleto e Dados Duplicados
A auditoria também revelou que o sistema de gestão jurídica dos Correios está ultrapassado. O valor de R$ 18 foi registrado apenas porque o software não aceitava o valor zero. Entre as falhas identificadas, destacam-se:
- Utilização do valor da causa em vez da estimativa real de perda financeira;
- Duplicidade de processos e dados inconsistentes;
- Falta de comunicação entre as áreas jurídica e contábil.
Recomendações da CGU
Em resposta às inconsistências, a CGU recomendou que os Correios revisem a memória de cálculo das ações de forma individualizada por empregado e melhorem o monitoramento das ações judiciais.
Esse ajuste já estava nos planos da estatal após uma recomendação semelhante da área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU).
Fonte por: Poder 360