Projeções da CNI para o PIB e Setor Industrial em 2025
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manteve sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,3% para 2025, mas revisou a expectativa para o setor industrial, reduzindo-a para 1,6%. Essa revisão reflete um desempenho mais otimista para o agronegócio e o setor de serviços, enquanto a indústria enfrenta desafios.
Esta é a segunda vez consecutiva que a perspectiva para a indústria é rebaixada, principalmente devido à desaceleração da indústria de transformação, cuja previsão de crescimento caiu de 1,9% para 0,7%. A indústria da construção também teve sua projeção ajustada, passando de 2,2% para 1,9%.
Fatores que Impactam a Indústria de Transformação
O diretor de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, aponta três fatores principais que contribuem para o cenário desafiador da indústria de transformação: a diminuição da demanda por bens industriais, o aumento significativo das importações e as tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos, que é o principal parceiro comercial do setor.
As exportações para os EUA apresentaram uma queda de 21,4% em agosto e setembro em comparação ao mesmo período do ano anterior, o que agrava ainda mais a situação.
Apesar da queda nas projeções da indústria, a indústria extrativa teve um desempenho positivo, com a estimativa de crescimento saltando de 2% para 6,2%, impulsionada pela produção de petróleo.
Expectativas para a Agropecuária e Setor de Serviços
O otimismo em relação à economia é sustentado pelas projeções de crescimento de 8,3% na agropecuária, beneficiada por resultados positivos na produção agrícola, e de 2% no setor de serviços. O setor de serviços é impulsionado por um mercado de trabalho aquecido e pelo aumento das despesas do governo federal no segundo semestre.
Cenário Macroeconômico e Inflação
O “Informe Conjuntural do 3º trimestre” também prevê que a inflação, medida pelo IPCA, deve encerrar 2025 em 4,8%, acima do teto da meta de 4,5%. Apesar da desaceleração da inflação, a CNI não acredita que o Banco Central iniciará cortes na taxa Selic, que deve permanecer em 15%, resultando em juros reais de 10,3%.
Esse nível de juros pode impactar negativamente a concessão de crédito e os investimentos, que devem crescer apenas 3%, menos da metade do crescimento de 7,3% registrado em 2024. Por outro lado, o consumo das famílias deve ser estimulado pela expectativa de alta de 2,3% na massa de rendimento real do trabalho.
Fonte por: Poder 360