Acordo de Cessar-Fogo e Expectativas de Paz em Gaza
Após dois anos de conflito, o recente acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza gera esperanças de um possível fim das hostilidades entre Israel e Hamas. No entanto, especialistas alertam que a verdadeira manutenção da paz depende da implementação da solução de dois Estados, que propõe a criação de um Estado palestino coexistindo pacificamente com Israel.
A formação de um Estado palestino tem recebido apoio internacional, mas sua viabilidade ainda é incerta no contexto atual do acordo de paz. O avanço mais significativo nesse sentido ocorreu na década de 1990, com a assinatura de acordos entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), liderada por Yasser Arafat.
Acordos de Oslo e o Processo de Paz
Os Acordos de Oslo, negociados na Noruega, estabeleceram um plano para a criação de um Estado palestino. O primeiro acordo, conhecido como Oslo I, foi assinado em 1993 e delineou um cronograma para o processo de paz, prevendo a formação de um governo palestino interino em Gaza e Jericó, na Cisjordânia.
Com Oslo I, a OLP reconheceu o direito de Israel existir, enquanto Israel reconheceu a OLP como representante legítima do povo palestino. As negociações ocorreram em segredo entre 1992 e 1993, culminando em um histórico aperto de mãos entre Yitzhak Rabin e Yasser Arafat.
Oslo II, assinado em 1995, expandiu as disposições do primeiro acordo, incluindo a retirada das tropas israelenses de várias cidades da Cisjordânia e a realização de eleições para o Conselho Legislativo Palestino.
- Retirada de Israel de Jericó e Gaza, e eventual retirada da Cisjordânia
- Autonomia limitada para os palestinos por cinco anos
- Eleição do Conselho Legislativo Palestino em nove meses
- Estabelecimento de uma força policial palestina
- Questão de Jerusalém permaneceu indefinida
Estabelecimento da Autoridade Palestina
Os Acordos de Oslo resultaram na criação do Governo Autônomo Palestino, que começou a administrar Gaza e partes da Cisjordânia em 1994, com as primeiras eleições em 1996. Este governo, embora limitado, foi um passo importante na busca por autonomia palestina.
A Cisjordânia foi dividida em áreas de controle: a Área A, onde o Governo Autônomo Palestino tinha controle total; a Área B, onde controlava assuntos civis, mas com segurança compartilhada com Israel; e a Área C, sob controle total israelense.
Desafios e Estagnação na Criação do Estado Palestino
Apesar das esperanças iniciais, os Acordos de Oslo não cumpriram as expectativas, levando a um impasse na criação de um Estado palestino. O assassinato de Yitzhak Rabin em 1995 e o aumento da violência nos anos 2000, incluindo a Segunda Intifada, complicaram ainda mais a situação.
A proliferação de colonos israelenses nos territórios palestinos e a perda de influência de Yasser Arafat, que foi sucedido pelo Hamas em 2006, dividiram politicamente os palestinos entre Gaza e a Cisjordânia. Essa divisão tornou o processo de paz ainda mais desafiador, dificultando a realização de um Estado palestino independente.
Fonte por: CNN Brasil