Acordo Climático da COP30 Ignora Combustíveis Fósseis
No último sábado (22), a presidência brasileira da COP30 anunciou um acordo climático de compromisso que visa aumentar o financiamento para países em desenvolvimento afetados pelo aquecimento global. No entanto, o documento não menciona os combustíveis fósseis, que são uma das principais causas do problema.
O acordo foi alcançado após o prazo final de duas semanas de negociações intensas em Belém, revelando divergências significativas sobre a abordagem futura em relação à ação climática. Vários países expressaram descontentamento com a falta de medidas mais rigorosas para controlar as emissões de gases de efeito estufa e a ausência de um plano para lidar com os combustíveis fósseis.
Críticas e Tensão entre Países
As críticas vieram principalmente de países vizinhos da América Latina, como Colômbia, Panamá e Uruguai, que levantaram objeções antes que Correa do Lago suspendesse a plenária para consultas adicionais. Esses países não se opuseram ao acordo político geral, mas sim a um dos textos técnicos que deveriam ser aprovados junto com o acordo principal.
As tensões aumentaram durante a plenária de encerramento, quando um delegado russo fez comentários desdenhosos em relação aos representantes latino-americanos, o que gerou uma rápida resposta da delegada argentina, refletindo as divisões sobre os resultados e o processo de negociação.
Desafios e Iniciativas Futuras
Michael Jacobs, Pesquisador Sênior da ODI Global, comentou que, embora o acordo tenha sido aceito, poucos países estão satisfeitos com o resultado. Ele destacou que o objetivo global de adaptação é incoerente e que o plano de mitigação não aborda os combustíveis fósseis, gerando desilusão e dissidência entre as nações.
A cúpula também lançou uma iniciativa voluntária para acelerar a ação climática, solicitando que as nações ricas tripliquem o financiamento para ajudar os países em desenvolvimento a se adaptarem até 2035. Os países em desenvolvimento enfatizam a necessidade urgente de recursos para enfrentar os impactos já visíveis, como o aumento do nível do mar e eventos climáticos extremos.
Correa do Lago informou que um texto paralelo sobre combustíveis fósseis e proteção das florestas foi elaborado, mas mantido fora do acordo principal devido à falta de consenso. Ele incentivou os países a continuarem discutindo essas questões cruciais.
Fonte por: CNN Brasil
