Investimentos em Adaptação Climática são Urgentes, Afirma Embaixador da COP30
O embaixador André Corrêa do Lago, responsável pela 8ª carta da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025), destaca a necessidade de aumentar os investimentos em ações de adaptação climática globalmente. Ele alerta que a falta de mudanças nesse setor pode transformar os problemas climáticos em um “multiplicador da pobreza“. Para ele, é essencial uma combinação estratégica de instrumentos financeiros e uma cooperação internacional mais eficaz.
Corrêa do Lago enfatiza que as ações de adaptação são cruciais não apenas para proteger economias, mas também para salvar vidas. Em seu documento, ele menciona que as crises ambientais representam “alertas fiscais, fraturas sociais e riscos sistêmicos à estabilidade global”.
Importância da Adaptação Climática
O embaixador argumenta que romper o ciclo vicioso da inação é fundamental. Ele afirma que a adaptação não deve ser vista como uma alternativa ao desenvolvimento, mas sim como a essência do desenvolvimento sustentável em um mundo afetado pelas mudanças climáticas. Essa abordagem fortalece a estabilidade fiscal, diminui os riscos de investimentos e aumenta a produtividade.
De acordo com estimativas do Banco Mundial, medidas robustas de adaptação podem gerar benefícios econômicos que chegam a quatro vezes o seu custo. Corrêa do Lago ressalta que o financiamento para adaptação deve ser encarado como um investimento, e não apenas como assistência. Apesar de compromissos anteriores, esse financiamento ainda representa menos de um terço do total destinado ao clima, o que é insuficiente para atender às necessidades.
Desafios da Pobreza e Riscos Climáticos
Em 17 de outubro, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou o Índice Global de Pobreza Multidimensional, revelando que 1,1 bilhão de pessoas em 109 países vivem em pobreza extrema. Desses, 887 milhões estão em regiões que já enfrentam riscos climáticos significativos, e 309 milhões lidam com múltiplos riscos simultaneamente.
O embaixador alerta que, sem ações de adaptação, as mudanças climáticas podem exacerbar a pobreza, destruindo meios de subsistência e aumentando a fome. A carta da COP30 destaca que a inação diante desses desafios é uma escolha política que afeta a vida de milhões.
Prioridades para a Cúpula Climática
A carta menciona brevemente a participação do setor privado nas ações de adaptação, sugerindo que suas preocupações devem ser consideradas enquanto se exploram abordagens inovadoras, como garantias e financiamento misto, para atrair investimentos em infraestrutura resiliente e segurança hídrica.
Corrêa do Lago identifica três prioridades para a cúpula climática no que diz respeito à adaptação:
- Fortalecer o multilateralismo;
- Aproximar o regime climático da vida cotidiana das pessoas;
- Acelerar a implementação de ações climáticas.
As cartas da presidência da COP30 servem como um guia para a Conferência do Clima, antecipando os principais objetivos a serem alcançados em Belém, onde a COP30 ocorrerá de 10 a 21 de novembro.
Fonte por: Poder 360