Copom finaliza 2025 sem revelar quando cortes na Selic começarão
Comitê mantém taxa Selic em 15% ao ano e deixa mercado ansioso por resultados de janeiro na reunião de quarta-feira, 10.
Copom encerra 2025 sem sinalizar cortes na Selic
O Comitê de Política Monetária (Copom) finalizou o ano de 2025 sem fornecer muitas indicações sobre suas intenções para o início de 2026. O comunicado divulgado após a reunião de quarta-feira, 10, manteve um tom considerado rigoroso por analistas, sem aumentar as expectativas de cortes na taxa Selic em janeiro. No entanto, a comunicação também não foi tão restritiva a ponto de alterar as previsões de afrouxamento para a primeira reunião do colegiado em 2026.
Expectativas e projeções do Copom
O texto do comunicado apresentou apenas mudanças sutis, com trechos que foram repetidos do documento anterior de novembro. A mensagem de que a convergência da inflação à meta de 3% requer juros elevados por um período prolongado foi mantida. O Banco Central (BC) reafirmou que não hesitará em aumentar os juros se necessário, enfatizando que essa ação é comum.
O Copom demonstrou que não tem pressa em tomar decisões, adotando uma postura dependente de dados. Apesar disso, a revisão das expectativas de inflação, que caiu de 3,3% para 3,2% para o segundo trimestre de 2027, sustenta a visão de economistas de instituições como Bradesco e Inter, que preveem cortes na taxa de juros a partir de janeiro.
Divisão no mercado e previsões futuras
Após a decisão do Copom, o mercado permanece dividido. A economista-chefe do Inter, Rafaela Vitoria, acredita que o comitê não abriu espaço para discutir cortes de juros. A análise é semelhante à de Caio Megale, economista-chefe da XP Investimentos, que observa que o Copom não sinalizou mudanças iminentes.
Megale ressalta que são necessários avanços nas expectativas inflacionárias para garantir a continuidade do processo de desinflação, mas não espera que isso ocorra em janeiro. Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, também acredita que o Copom deixou claro que não pretende alterar a taxa de juros em janeiro, considerando que o comunicado foi intencionalmente similar ao anterior.
Conclusão sobre a estratégia do Banco Central
A Capital Economics aponta que a estratégia do BC visa conter as expectativas de afrouxamento monetário, tornando um corte em janeiro cada vez menos provável. No entanto, essa visão não é unânime. O Bradesco interpreta as pequenas alterações no comunicado como um sinal de que o BC pode iniciar cortes na próxima reunião, caso as condições permaneçam favoráveis.
Por outro lado, Luis Felipe Vital, estrategista-chefe da Warren, sugere que a falta de sinalizações claras pode indicar que o BC ainda não decidiu sobre sua próxima reunião. Ele observa que a reancoragem das expectativas de inflação é lenta e que os primeiros sinais de mudança no mercado de trabalho estão surgindo, o que pode levar o Comitê a não se comprometer com cortes imediatos.
Fonte por: Estadao
Autor(a):
Redação
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