Crisóstomo e seu ‘não’: implicações para a nossa democracia

Processo contra advogado pernambucano desafia os princípios da democracia que almejamos ser

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(Imagem de reprodução da internet).

Censura e Liberdade de Expressão no Brasil

Recentemente, um caso emblemático de censura no Brasil chamou a atenção. O protagonista é Thomas Crisóstomo, um jovem advogado de Pernambuco, que se tornou alvo de uma ação estatal após criticar a EBC em uma rede social.

Em uma postagem, Crisóstomo afirmou que “a EBC virou cabide de emprego para a mulher do ex-presidiário Lula”. Embora sua crítica tenha gerado polêmica, em meio a um mar de ofensas e comentários agressivos nas redes sociais, suas palavras parecem quase angelicais. A reação à sua declaração, no entanto, foi desproporcional.

Ação do Estado e a Reação de Crisóstomo

Uma série de instituições, incluindo o Ministério da Justiça e a Polícia Federal, mobilizou-se para investigar a postagem de Crisóstomo. Em vez de focar em questões mais sérias, como o combate ao crime organizado, esses órgãos dedicaram tempo a coletar postagens de um cidadão comum.

Além disso, o Ministério Público apresentou uma denúncia contra ele, alegando ofensa à “honra” do presidente, simplesmente por chamá-lo de “ex-presidiário”. Essa situação levanta questões sobre a liberdade de expressão e os limites da crítica política no Brasil.

A Recusa de Crisóstomo

Quando um acordo foi proposto a Crisóstomo, ele se recusou, afirmando que criticar o governo não deveria ser considerado crime. Essa postura reflete um princípio fundamental de uma república: a liberdade de expressão. Sua recusa em se submeter à pressão do Estado é um ato significativo em tempos de crescente censura.

Reflexões sobre a Liberdade

A recusa de Crisóstomo ecoa momentos históricos de resistência à opressão, como o famoso “não” de Rosa Parks e a luta de Zola contra a injustiça. Esses atos de coragem, por menores que sejam, são essenciais para a defesa da liberdade e dos direitos civis.

Se a crítica ao governo se tornar um crime, estaremos todos sob risco. A possibilidade de punição por opiniões expressas nas redes sociais pode levar a uma autocensura generalizada, onde as pessoas hesitam em se manifestar por medo de represálias.

Conclusão: Vigilância e Resistência

O caso de Thomas Crisóstomo revela um aspecto preocupante da nossa democracia. A intolerância está se espalhando, e a transformação dela em política de Estado é inaceitável. É fundamental que a sociedade acompanhe esse caso, pois a recusa de um cidadão comum em se submeter à censura merece ser respeitada e defendida.

Em um momento em que muitos se sentem pressionados a se calar, a atitude de Crisóstomo é um lembrete poderoso da importância da liberdade de expressão e da necessidade de resistir à censura.

Fonte por: Estadao

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