Defesa de Mário Fernandes afirma que condenação está “consolidada há tempo”

Advogados do ex-secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência apresentam alegações finais ao STF nesta terça-feira.

08/10/2025 0:15

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Mario Fernandes
Mario Fernandes

General Mário Fernandes Apresenta Alegações Finais ao STF

O general da reserva Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência, é acusado de fazer parte do núcleo da tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder. Nesta terça-feira, 7 de outubro de 2025, ele apresentou suas alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Na manifestação dirigida ao relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, a defesa de Fernandes argumentou que a acusação é frágil e improcedente, apesar da expectativa de uma condenação. Os advogados solicitaram a absolvição de todos os crimes imputados, mas, caso isso não ocorra, sugeriram que a condenação se restringisse ao delito de incitação, que prevê penas de 3 a 6 meses ou multa, conforme o artigo 286 do Código Penal.

Acusações e Depoimentos

A Procuradoria Geral da República (PGR) alega que Fernandes coordenou ações de monitoramento e neutralização de autoridades, em colaboração com o coronel Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Bolsonaro. Ele é um dos militares das Forças Especiais do Exército e teve sua prisão determinada por Moraes em novembro de 2024.

Durante seu depoimento ao STF em 24 de julho, Fernandes confirmou ser o autor do plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. Ele descreveu o documento como um “pensamento” digitalizado, uma análise de riscos, sem intenção de execução.

Defesa e Controvérsias

A defesa de Fernandes argumenta que o “Punhal Verde e Amarelo” é um arquivo meramente eletrônico e contesta a afirmação da PGR de que o documento foi compartilhado com outros acusados, alegando falta de comprovação. Segundo os advogados, a acusação carece de evidências concretas e se baseia em conjecturas.

Investigações indicam que o documento continha tópicos sobre munição a ser utilizada contra autoridades. A Polícia Federal classifica Fernandes como um dos militares mais radicais do grupo investigado. A defesa também ressaltou que ele não participou das reuniões de alto escalão que a PGR considera cruciais para a concretização do plano.

Considerações Finais

O desdobramento deste caso é crucial para a análise do papel de figuras militares em ações políticas no Brasil. A defesa de Mário Fernandes continua a contestar as acusações, enquanto a PGR busca evidências que sustentem as alegações de envolvimento em atividades ilegais. O julgamento no STF poderá ter implicações significativas para a política e a segurança nacional.

Fonte por: Poder 360

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