Delegado acusado de “golpe” afirma que PGR manipulou provas contra ele

Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário-adjunto da Segurança Pública do DF, tem advogados solicitando sua absolvição.

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Fernando de Souza Oliveira

Fernando de Souza Oliveira

Defesa de Delegado da PF Alega Provas Ilegítimas em Ação Penal

Fernando de Sousa Oliveira, delegado da Polícia Federal e ex-secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, apresentou suas alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (7.out.2025). Ele argumenta que as provas utilizadas contra ele são “ilegítimas” e “tecnicamente inválidas”, solicitando sua absolvição.

A defesa de Oliveira está inserida em um processo que investiga a tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. A Procuradoria Geral da República (PGR) o identifica como parte do núcleo 2, que teria a responsabilidade pela “gerência” do plano golpista.

Argumentos da Defesa

A defesa sustenta que o relatório da PF, que serviu de base para a acusação, contém mensagens “embaralhadas e reescritas”, manipuladas para se adequar à narrativa acusatória. Segundo o documento, “a prova digital foi editada, reorganizada manualmente e perdeu a integridade original”, o que violaria a cadeia de custódia prevista no Código de Processo Penal.

Os advogados afirmam que a autoridade policial criou uma narrativa unilateral, questionando a validade das provas apresentadas. Eles argumentam que o réu não teve acesso completo às provas digitais e que as conversas citadas seriam “fragmentos reescritos”, o que impossibilita uma defesa adequada.

A defesa conclui pedindo ao STF que reconheça a nulidade das provas e absolva Oliveira, alegando a falta de elementos concretos. Além disso, o delegado nega qualquer envolvimento nos eventos de 8 de janeiro de 2023, afirmando que atuou para conter os atos.

Núcleo 2 do Golpe

Os acusados do núcleo 2 enfrentam acusações de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, entre outros crimes. A PGR descreve esse grupo como responsável pela “gerência” do plano golpista, coordenando ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas.

Os integrantes do núcleo 2 incluem:

Alegações Finais e Próximos Passos

As alegações finais representam a última etapa antes do julgamento, onde acusação e defesa apresentam seus argumentos com base nas provas coletadas. O prazo para entrega das alegações foi de 15 dias, conforme estipulado pelo ministro Alexandre de Moraes.

Com a finalização das alegações do núcleo 2, Moraes poderá solicitar ao ministro Flávio Dino, presidente da 1ª Turma do STF, a definição da data do julgamento. O núcleo 3 está previsto para ser julgado em novembro, enquanto o núcleo 4 deve ser analisado a partir de 14 de outubro. O núcleo crucial, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, já foi julgado, resultando em condenações para todos os réus.

Fonte por: Poder 360

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