Depoimentos prejudicam ex-presidente do BRB e Vorcaro; BC emerge fortalecido

Diretor da autoridade monetária é dispensado de acareação após depoimentos individuais serem coletados

31/12/2025 4:20

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Daniel Vorcaro, dono do Banco Master

Desdobramentos do Caso Master no STF

Os procedimentos no Supremo Tribunal Federal (STF) relacionados ao caso Master resultaram em um livramento para o diretor do Banco Central (BC), além de contradições entre os banqueiros envolvidos e a confirmação de uma acareação nesta terça-feira (30).

A Polícia Federal (PF) iniciou as oitivas por volta das 14h, começando com Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, seguido por Paulo Henrique Costa, ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), e, por último, Ailton de Aquino, diretor de Fiscalização do BC. As oitivas foram conduzidas pela delegada Janaína Palazzo, com Vorcaro sendo ouvido por aproximadamente 2h30.

O clima de tensão foi evidente durante os depoimentos, especialmente devido a discussões sobre o rito do procedimento e a possibilidade de acareação, conforme determinado pelo ministro Dias Toffoli.

Contradições e Acareação

Os depoimentos de Vorcaro e Costa apresentaram contradições, levando a PF a optar pela acareação. Ambos foram questionados sobre a postura do BC durante o processo de liquidação do Banco Master, especialmente sobre o tempo entre os primeiros indícios de fraude e a liquidação.

A delegada recebeu sugestões de perguntas do gabinete de Toffoli e também elaborou seus próprios questionamentos. O procedimento de acareação, que visa esclarecer pontos contraditórios, inicialmente incluiria Vorcaro, Rocha e Aquino, mas o diretor do BC foi dispensado por ter dado um depoimento considerado esclarecedor.

A acareação entre Vorcaro e Costa durou cerca de 30 minutos e foi encerrada por volta das 21h30. Ambos os banqueiros estão sendo investigados por fraudes financeiras bilionárias relacionadas à venda do Banco Master para o BRB.

Contexto do Caso Master

As investigações sobre o Banco Master começaram em 2024, após solicitação do Ministério Público Federal (MPF) para apurar a criação de carteiras de crédito fraudulentas. Esses títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do BC, substituídos por ativos sem avaliação técnica adequada.

Em 18 de novembro, o BC decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master e de sua corretora de câmbio, inviabilizando a venda da instituição que havia sido anunciada um dia antes. O Banco Master já era alvo de críticas no mercado devido ao seu modelo de negócios arriscado, que envolvia a emissão de papéis garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) com taxas superiores às do mercado.

Fonte por: CNN Brasil

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