Derrite conquista ‘direita menos Eduardo’ e navega entre bolsonaristas e centro-direita
Secretário de Segurança Pública deixa governo de São Paulo para retornar à Câmara e se preparar para candidatura ao Senado.
Guilherme Derrite deixa Secretaria de Segurança Pública de São Paulo
O secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, anunciou sua saída do cargo nesta segunda-feira, 1º de dezembro, para retomar seu mandato na Câmara dos Deputados. Sua decisão marca uma transição importante em sua carreira política, especialmente em um momento em que a segurança pública se torna um tema central nas discussões eleitorais para 2026.
A saída de Derrite já era esperada, com a dúvida inicial sobre o momento exato: se seria agora ou em abril, último mês permitido para desincompatibilizações de candidatos a cargos eletivos.
Vitória no PL Antifacção
A confirmação de sua saída ocorreu após Derrite conquistar uma significativa vitória no Congresso, ao relatar e aprovar o projeto de lei antifacção. O projeto foi aprovado com 370 votos a favor e 110 contra, após intensos debates ideológicos.
Aliados de Derrite afirmam que sua saída foi discutida com o governador Tarcísio de Freitas, que desejava mantê-lo na pasta, mas concordou com a exoneração antecipada devido ao avanço político do secretário.
Ascensão política e estratégias futuras
O cientista político Elias Tavares, da Uninter, destaca que Derrite está em um momento de ascensão em sua carreira, combinando um bom desempenho eleitoral como deputado federal com forte visibilidade à frente da Secretaria de Segurança. Ao deixar o cargo em um período em que a segurança pública é um tema sensível na pré-campanha de 2026, Derrite busca capitalizar essa agenda.
O deputado já manifestou sua intenção de concorrer a uma vaga no Senado Federal em 2026. Tavares também sugere que Derrite possui potencial para disputar o governo de São Paulo, caso Tarcísio de Freitas decida se candidatar à Presidência da República.
Perspectivas e desafios
O cientista político Rubens Figueiredo, da USP, observa que Derrite se destaca em um contexto de crescente impaciência da população com a lentidão das respostas do Estado. Ele é visto como um nome pragmático, capaz de dialogar com uma parte significativa do eleitorado, representando uma “direita mais racional” e focada no combate ao crime organizado.
Por outro lado, o cientista político Paulo Niccoli Ramirez, da ESPM, acredita que o retorno de Derrite à Câmara fortalecerá a bancada de parlamentares voltados para a segurança pública, especialmente a chamada “bancada da bala”. Ele ressalta que Derrite pode recuperar pautas que perderam força desde 2022, ligadas à polícia e ao endurecimento penal.
Projetos e controvérsias
Além do PL Antifacção, Derrite é conhecido por defender a classificação de facções e milícias como organizações terroristas e por relatar o PL que restringiu benefícios a presos. No entanto, sua trajetória também é marcada por controvérsias, incluindo um pedido de impeachment protocolado por deputados estaduais de partidos como PT e PSOL, que o acusaram de abusos de poder e violência policial. Derrite rebateu as acusações, classificando-as como ataques políticos.
Substituição na Secretaria de Segurança
Para suceder Derrite, o governador Tarcísio de Freitas escolheu Osvaldo Nico Gonçalves, atual secretário-executivo da Segurança Pública, entre os nomes sugeridos pelo ex-secretário. A escolha foi feita na última sexta-feira.
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Redação
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