Reflexões sobre a Realidade do Sistema de Saúde
Em uma terça-feira, a frustração tomou conta de uma mulher na fila do posto de saúde, quando a senha eletrônica anunciou “atendimento suspenso por falta de sistema”. Essa situação não a surpreendeu, pois já era uma expectativa comum. O tempo, que deveria ser um aliado, se transformou em um inimigo, sendo perdido em doses de descaso e promessas não cumpridas.
As horas se arrastam: seis horas de espera, três para agendar uma consulta que nunca chega, e anos aguardando por uma cirurgia. O tempo, nesse contexto, não apenas passa, mas é efetivamente roubado. A confiança nas instituições se esvai, à medida que notícias contraditórias e promessas vazias se tornam rotina.
A Perda da Calma e da Dignidade
A calma se tornou um luxo, substituída por um zumbido constante de urgência. As pessoas lutam diariamente para pagar contas, manter empregos e sobreviver. A dignidade, por sua vez, não foi retirada, mas trocada por condições precárias e promessas de atendimento distante. A sobrevivência se confunde com o sucesso, e a normalidade se estabelece em meio ao desespero.
O assombro diante das injustiças se transformou em indiferença. O escândalo se tornou parte da rotina, e a mediocridade se estabeleceu como meta governamental. A esperança, que deveria ser um motor de mudança, foi sufocada pela desilusão e pela falta de crença em um futuro melhor.
Reflexões Finais sobre a Esperança
Quando a esperança desaparece, o que resta é a realidade crua: filas, sistemas fora do ar e a resignação de quem nunca esperou nada. A mulher ao lado, que suspira, representa aqueles que, ao contrário de muitos, não alimentam expectativas. A reflexão sobre essa situação nos leva a questionar: o que podemos fazer para mudar essa narrativa e resgatar a dignidade e a esperança em um sistema que deveria cuidar da população?
Fonte por: Jovem Pan
