Desigualdade nas metrópoles atinge menor nível histórico
Avanço da renda do trabalho e valorização do mínimo diminuem desigualdades nas cidades brasileiras. Confira no Poder360.

Índice de Gini nas Metrópoles Brasileiras Atinge Menor Nível Histórico
O Índice de Gini, que mede a concentração de renda, alcançou seu menor nível histórico nas metrópoles do Brasil. Este indicador, que avalia a distribuição do rendimento domiciliar per capita, varia de zero a um, sendo que valores mais próximos de zero indicam menor desigualdade social.
Resultados do Boletim sobre Desigualdade
Os dados são parte do Boletim Desigualdade nas Metrópoles, elaborado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Observatório das Metrópoles, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e a Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina.
Fatores que Contribuíram para a Redução da Desigualdade
Segundo André Salata, professor da PUC-RS e um dos coordenadores do estudo, dois fatores principais contribuíram para a queda do índice: o aumento da renda do trabalho e a valorização do salário mínimo. Ele destaca que o mercado de trabalho se recuperou após a pandemia, resultando em uma taxa de desocupação mais baixa.
Salata também menciona que a política de valorização real do salário mínimo tem um impacto significativo, especialmente nas camadas mais vulneráveis da população. Com a combinação desses fatores e o controle da inflação, a situação econômica melhorou, beneficiando principalmente os mais pobres.
Aumento da Renda e Redução da Pobreza
O aumento da renda foi mais acentuado entre os 40% mais pobres, que viram seus rendimentos crescerem de R$ 474 em 2021 para R$ 670 em 2024. Isso resultou na diminuição da taxa de pobreza nessas áreas, que caiu de 31,1% em 2021 para 19,4% em 2024, o que representa 9,5 milhões de pessoas saindo da linha da pobreza.
No entanto, a desigualdade ainda persiste, com os 10% mais ricos recebendo 15,5 vezes mais do que os 40% mais pobres. Salata alerta que um coeficiente de Gini acima de 0,5 indica um nível de desigualdade muito alto, e a taxa de pobreza nas metrópoles permanece em quase 20%.
Considerações Finais sobre a Situação Social
Embora os dados mostrem uma tendência de melhoria, Salata ressalta que a situação social ainda é preocupante. Ele enfatiza que, apesar dos avanços nos últimos anos, a desigualdade e a pobreza continuam a ser desafios significativos nas metrópoles brasileiras, onde mais de 40% da população vive.
O boletim analisa as 20 regiões metropolitanas do Brasil, incluindo grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, e destaca a necessidade de consolidar a cidadania e enfrentar os desafios enfrentados pelas camadas mais pobres da população.
Fonte por: Poder 360