Dispositivo identifica aditivo proibido em sucos, vinhos e águas

Sensor sustentável da Ufscar detecta aditivo tóxico e auxilia no controle de qualidade de bebidas. Confira no Poder360.

01/11/2025 22:15

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(Imagem de reprodução da internet).

Desenvolvimento de Sensor para Detecção de Nitrito de Sódio em Bebidas

Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) criaram um sensor inovador capaz de identificar a presença de nitrito de sódio (NaNO2) em diversas bebidas, incluindo água mineral, suco de laranja e vinho. Este composto, utilizado como conservante e fixador de cor em produtos como presunto e bacon, pode causar sérios problemas de saúde, como a formação de nitrosaminas, substâncias cancerígenas, dependendo da quantidade consumida.

Importância da Detecção do Nitrito de Sódio

O líder do Laboratório de Sensores, Nanomedicina e Materiais Nanoestruturados (LSNano) da UFSCar, Bruno Campos Janegitz, destaca a relevância do desenvolvimento desse sensor para garantir a qualidade e segurança das bebidas. A detecção de NaNO2 é crucial, pois seu uso é proibido no Brasil e em muitos outros países.

Os projetos do LSNano têm como objetivo utilizar materiais de baixo custo e que respeitem o meio ambiente. Neste caso, a cortiça, um material leve e natural, foi escolhida como base para a construção do sensor.

Processo de Fabricação do Sensor

As amostras de cortiça foram tratadas com laser, transformando-as em grafeno, uma forma de carbono altamente condutora de eletricidade. Esse método é sustentável, pois não utiliza reagentes tóxicos e resulta em um material que atende às necessidades do sensor, dado que o nitrito possui um eletroquímico de oxidação bem conhecido.

Após a modificação, um spray à prova d’água foi aplicado para proteger a cortiça da infiltração de líquidos, seguido da aplicação de uma camada de esmalte de unhas para delimitar a área tratada. As amostras foram então secas em forno a 40 °C por 30 minutos para otimizar as propriedades do grafeno.

Resultados e Próximos Passos

O próximo estágio do projeto, apoiado pela FAPESP, envolve a diluição de amostras de água, suco de laranja e vinho em uma solução eletrolítica que simula a presença de nitrito, que será aplicada sobre o grafeno. Os testes iniciais mostraram que o sensor apresenta excelente desempenho, com alta sensibilidade e estabilidade, sendo capaz de detectar nitrito em concentrações relevantes para a segurança alimentar e ambiental.

Atualmente, o projeto está em fase de validação laboratorial, e ajustes no design do sensor são necessários para viabilizar seu uso prático.

Fonte por: Poder 360

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