Empresa chinesa move ação contra o Departamento de Guerra dos EUA

YMTC Processa Departamento de Guerra dos EUA por Inclusão em Lista Militar

A fabricante chinesa de chips de memória, YMTC (Yangtze Memory Technologies), entrou com uma ação judicial contra o Departamento de Guerra dos Estados Unidos. A empresa busca sua remoção da lista de Empresas Militares Chinesas (CMC) do Pentágono, da qual foi incluída duas vezes sem aviso prévio ou chance de contestação.

De acordo com a queixa apresentada em 5 de dezembro, a YMTC foi adicionada à lista pela primeira vez em 31 de janeiro de 2024 e novamente em 7 de janeiro de 2025, ambas as vezes sem notificação ou oportunidade de defesa.

Consequências da Inclusão na Lista

A inclusão da YMTC na lista de CMC traz sérias consequências, como danos à reputação da empresa e restrições no acesso a subvenções, empréstimos e contratos nos Estados Unidos. A partir de 2026, as empresas listadas estarão proibidas de firmar contratos com o Pentágono.

A YMTC relatou ter tentado dialogar com o Departamento de Guerra por mais de 10 meses, utilizando assessoria jurídica externa para entender os motivos da inclusão e apresentar provas em sua defesa, mas não obteve resposta. Após esgotar os recursos administrativos, a empresa decidiu processar o governo.

Defesa da YMTC

A empresa afirma não ter vínculos com as forças armadas chinesas e não ser controlada por autoridades militares, além de não se qualificar como “contribuinte para a fusão militar-civil” segundo as regulamentações dos EUA. A YMTC destaca que a rotulação como uma ameaça à segurança nacional resultou em danos financeiros e à sua reputação, incluindo a perda de negócios.

Histórico e Desafios da YMTC

Fundada em 2016 e localizada em Wuhan, a YMTC é uma fabricante integrada de dispositivos que produz wafers de memória flash 3D NAND, memória embutida e SSDs. Seus produtos são utilizados em smartphones, computadores, servidores e data centers. A empresa foi adicionada à lista de entidades do Departamento de Comércio dos EUA em dezembro de 2022, o que restringiu seu acesso a equipamentos e materiais de fabricação avançados.

Desde então, a YMTC tem se esforçado para localizar sua cadeia de suprimentos e expandir sua participação de mercado, com seus produtos de memória flash sendo considerados próximos dos padrões internacionais de desempenho.

Outras Empresas Chinesas em Situação Semelhante

A YMTC não é a primeira empresa chinesa a contestar a designação de CMC. A Xiaomi conseguiu remover seu nome da lista em 2021, enquanto a Advanced Micro-Fabrication Equipment foi retirada em 2024 após ação judicial. Por outro lado, a fabricante de LiDAR Hesai Technology perdeu sua contestação em julho de 2025 e permanece na lista.

A Hesai e a YMTC estavam entre as 17 empresas chinesas adicionadas à lista em janeiro de 2024, levando a contestações judiciais separadas. A Hesai processou o Pentágono em fevereiro de 2024, mas teve seu pedido rejeitado por um juiz federal em julho de 2025.

Fonte por: Poder 360