Especialista revela que agroquímicos piratas já ocupam 25% do mercado

Especialista propõe tecnologia e rastreabilidade para combater produtos falsificados no agronegócio e proteger a cadeia produtiva.

22/10/2025 13:15

2 min de leitura

Renato Seraphim

Desafios do Agronegócio Brasileiro com Produtos Ilegais

O agronegócio brasileiro, fundamental para a economia do país, enfrenta um crescente desafio: o comércio ilegal de agroquímicos e insumos. Renato Seraphim, engenheiro agrônomo com mais de 30 anos de experiência, discute essa questão complexa e propõe soluções para garantir a segurança e eficácia na produção agrícola. O tema ganhou destaque após o lançamento do Programa Nacional de Rastreabilidade de Agrotóxicos e Afins (PNRA) pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que foi debatido recentemente na Câmara dos Deputados.

O Impacto do Mercado Ilegal

Seraphim defende o PNRA como uma ferramenta essencial para combater o comércio de agroquímicos ilegais e a infiltração do crime organizado, incluindo facções como o PCC. Ele observa que o mercado ilegal sempre esteve presente, com produtos entrando pelo Paraguai e falsificações circulando nas lojas. Atualmente, estima-se que entre 20% e 25% do mercado de agroquímicos no Brasil seja ilegal, o que representa uma fraqueza significativa em um setor que movimenta cerca de R$ 360 bilhões.

A situação se torna ainda mais preocupante quando se considera que o mercado de farmácias, que inclui produtos de saúde, é de aproximadamente R$ 90 bilhões. Seraphim alerta que essa realidade não se limita apenas aos agroquímicos, mas também pode afetar fertilizantes e sementes piratas.

Implementação de Sistemas de Rastreabilidade

Para enfrentar o problema, Seraphim enfatiza a necessidade de implementar sistemas de rastreabilidade e receituários agronômicos, como o PNRA. Ele afirma que todo agroquímico aplicado no Brasil deve ser acompanhado de um receituário agronômico, o que ajudaria a garantir que os agricultores utilizem produtos legítimos e seguros, evitando insumos inadequados ou falsificados.

Com a tecnologia atual, como QR Codes, é possível criar mecanismos que aumentem a segurança e a transparência na cadeia produtiva. Seraphim destaca que a segurança proporcionada ao agricultor traz um grande custo-benefício, sem onerar significativamente o preço final para o consumidor.

Responsabilidade Compartilhada na Cadeia Produtiva

O agrônomo também ressalta que a responsabilidade pela regularização do mercado não recai apenas sobre a indústria, mas envolve todos os participantes da cadeia produtiva. Ele afirma que é um problema coletivo que afeta a indústria, os agrônomos e os agricultores.

Seraphim sugere que a regularização deve começar pelos produtos com maior custo e incidência de falsificações, criando um modelo que possa ser aplicado a outras categorias de insumos.

Conclusão sobre a Regularização do Mercado

Seraphim conclui que a regularização do mercado ilegal é um passo crucial para fortalecer o agronegócio brasileiro e promover divisas para o país. Ele acredita que, quanto mais organizados estivermos, mais conseguiremos promover divisas e que essa regularização será um prêmio para todos que desejam agir corretamente no Brasil.

Fonte por: Jovem Pan

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