Estatais registram déficit de R$ 6,35 bilhões em 2023; Correios esperam empréstimo
Rombo financeiro se aproxima do recorde negativo de R$ 6,73 bilhões registrado no ano anterior
Prejuízos das Estatais Brasileiras Atingem R$ 6,35 Bilhões
O Banco Central revelou um relatório preocupante sobre a saúde financeira das empresas estatais no Brasil. Até outubro de 2023, essas entidades acumularam um prejuízo de R$ 6,35 bilhões, um valor alarmante que se aproxima do recorde negativo de R$ 6,73 bilhões registrado no ano anterior. Com dois meses restantes para o fechamento do ano, há temores de que esse déficit possa aumentar ainda mais. Entre as estatais que mais contribuíram para essa situação estão os Correios, Eletronuclear, Emgepron, Hemobrás, Casa da Moeda, Infraero, Dataprev e Emgea.
Ações do Governo e Situação dos Correios
Em resposta a essa crise financeira, o governo adotou medidas drásticas, bloqueando R$ 3 bilhões do orçamento destinado a custeio. Os Correios, que já foram um símbolo de eficiência, enfrentam uma situação crítica, com prejuízos que podem chegar a R$ 10 bilhões até o final do ano. Para tentar reverter esse quadro, a empresa está implementando um processo de reestruturação que inclui demissões voluntárias, fechamento de agências deficitárias e venda de imóveis.
No entanto, há um ceticismo generalizado sobre a eficácia dessas medidas, especialmente considerando que a empresa já participou de um programa de privatização anteriormente. Fatores como a taxa de importação e uma gestão influenciada por questões políticas são vistos como agravantes da situação financeira dos Correios.
Desafios da Eletronuclear
A Eletronuclear também enfrenta desafios significativos. Responsável pelo controle das usinas de Angra 1 e Angra 2, além de manter a estrutura de Angra 3, cuja construção está paralisada há uma década, a estatal solicitou recentemente um aporte de R$ 10 bilhões do Tesouro. Contudo, ainda não há uma definição clara sobre o futuro do projeto, e a decisão de continuar ou interromper a obra de Angra 3 envolve custos elevados, complicando ainda mais a situação.
Perspectivas Futuras
O governo atual não considera a privatização dos Correios, devido à sua função social essencial, mas busca alternativas para tornar a empresa mais competitiva. A expectativa do Palácio do Planalto é que, com a reestruturação, os Correios possam alcançar um superávit até 2027, caso o governo atual seja reeleito e consiga implementar as mudanças planejadas.
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Redação
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