Estudo revela impacto limitado do Bolsa Família ampliado no mercado de trabalho
Pesquisa revela que aumento para R$ 600 impactou apenas beneficiários em situação vulnerável. Confira no Poder360.
Impacto do Aumento do Bolsa Família na Força de Trabalho
O recente aumento do Bolsa Família para R$ 600 teve um impacto limitado na inserção dos beneficiários na força de trabalho. Um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revelou que a probabilidade de participação no mercado de trabalho caiu entre 2,2 e 4,7 pontos percentuais. A análise foi realizada com dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), comparando a situação dos beneficiários antes e depois do aumento do benefício, que ocorreu em agosto de 2022.
Efeitos do Aumento do Benefício
Embora os pesquisadores considerem o efeito do aumento como “real”, sua magnitude foi classificada como “pequena”. O estudo aponta que se trata de um efeito marginal, sem representar uma mudança estrutural no comportamento da maioria dos beneficiários. Para aqueles que continuaram empregados, a redução nas horas trabalhadas foi de apenas 0 a 1 hora por semana, um valor considerado estatisticamente insignificante. Além disso, a pesquisa não encontrou efeito significativo sobre a probabilidade de os trabalhadores formais contribuírem para a previdência.
Evasão da Força de Trabalho entre Beneficiários
A pesquisa também analisou a evasão da força de trabalho entre beneficiários que se tornaram inativos em 2023. A evasão foi mais prevalente entre aqueles com ocupações precárias e informais. Os dados mostram que 16,7% dos beneficiários estavam desocupados, mas essa taxa subiu para 28,5% entre os que deixaram a força de trabalho. Trabalhadores domésticos sem carteira e auxiliares familiares também apresentaram taxas de evasão superiores.
Além disso, a evasão foi mais acentuada entre mulheres, que representaram 43% do total, e 61% dos que saíram. Mulheres com crianças de até 10 anos mostraram uma taxa de evasão de 24%, aumentando para 38% entre aquelas que deixaram o mercado de trabalho. A pesquisa indica ainda uma sobrerrepresentação de beneficiários da região Nordeste e da zona rural, além de indivíduos com menor escolaridade e renda líquida do benefício.
Motivos para a Evasão
Os principais motivos declarados para a evasão foram variados. O motivo mais comum, citado por 34,4% dos entrevistados, foi “cuidar dos afazeres domésticos, do(a) filho(a) ou de outro(a) parente”. Em segundo lugar, 7,68% afirmaram que estavam estudando, enquanto 16,05% mencionaram problemas de saúde ou gravidez. Além disso, 4,98% dos entrevistados relataram ter deixado a força de trabalho “por não querer trabalhar”.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Redação
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