Estudo revela que ansiedade é a principal causa de dor no peito no pronto-atendimento

Estudo revela que dor torácica de baixo risco está frequentemente ligada a transtornos psicológicos. Confira no Poder360.

09/11/2025 21:15

2 min de leitura

UPA Carlos Lourenço

Dor no Peito e Ansiedade: Um Estudo Revelador

A dor no peito é um dos principais motivos de atendimentos em pronto-socorros, mas nem sempre está relacionada a problemas cardíacos. Um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado na revista Academic Emergency Medicine em agosto revelou que muitos desses casos estão associados à ansiedade.

A pesquisa analisou 375 pacientes com dor torácica de baixo risco e constatou que 42% apresentavam níveis graves de ansiedade. Além disso, muitos desses indivíduos tinham outras condições psicológicas tratáveis, como depressão, somatização, transtorno do pânico, baixa autoeficácia, transtorno de estresse pós-traumático e dificuldades funcionais que afetam sua vida cotidiana.

Reconhecimento da Ansiedade em Emergências

Os autores do estudo sugerem que, ao identificar e tratar essas condições, é possível desenvolver estratégias de acompanhamento mais eficazes, reduzindo assim os retornos desnecessários ao pronto-atendimento. A cardiologista Juliana Soares, do Einstein Hospital Israelita, destaca que cerca de um terço dos pacientes que chegam à emergência com dor de baixo risco apresenta ansiedade associada.

A ansiedade é uma das principais causas de dor torácica não cardíaca e frequentemente é diagnosticada após a exclusão de problemas cardíacos. A cardiologista explica que a ansiedade pode desencadear uma série de reações no corpo, como a liberação de adrenalina, que provoca taquicardia e dor no peito, simulando sintomas cardíacos.

Diferenças entre Dor Cardíaca e Dor Relacionada à Ansiedade

Embora os sintomas de dor no peito possam ser semelhantes, existem características que ajudam a diferenciá-los. A dor cardíaca geralmente é descrita como uma pressão ou aperto, enquanto a dor relacionada à ansiedade tende a ser pontada e difusa. Além disso, a dor cardíaca se concentra na região retroesternal, enquanto a dor de origem ansiosa aparece mais no centro do peito.

A dor cardíaca costuma ser desencadeada por esforço físico ou estresse emocional, enquanto a dor associada à ansiedade não apresenta uma correlação clara com fatores desencadeantes. O reconhecimento da ansiedade no pronto-socorro ainda é limitado, e a primeira medida é sempre descartar condições cardíacas graves.

Tratamento e Acompanhamento

O estudo também revelou que muitos pacientes com dor no peito de baixo risco e ansiedade não experimentam apenas um episódio isolado. Dois terços dos participantes relataram episódios frequentes, sugerindo que garantir que a dor não é cardíaca não é suficiente. O acompanhamento ambulatorial, tratamento psicológico e, quando necessário, uso de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos são essenciais para reduzir o sofrimento e prevenir complicações emocionais.

Juliana Soares enfatiza a importância de um encaminhamento ativo, onde o paciente é orientado durante o atendimento de emergência a buscar tratamento psicológico ou psiquiátrico. Uma avaliação holística é fundamental, especialmente para aqueles com múltiplas condições psicológicas, pois esses fatores estão interligados e impactam diretamente a recorrência da dor e a qualidade de vida.

Fonte por: Poder 360

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