EUA envia navios de guerra à Venezuela em troca de cooperação no combate ao tráfico de drogas

O presidente dos Estados Unidos também solicitou que Claudia Sheinbaum aumentasse a colaboração em questões de segurança, adotando uma postura mais firm…

3 min de leitura

Washington (United States), 05/08/2025.- US President Donald Trump gestures to the media from the roof of the West Wing at the White House in Washington, D.C., USA, 05 August 2025. EFE/EPA/SAMUEL CORUM / POOL

Os Estados Unidos estão enviando três contratorpedeiros equipados com mísseis guiados Aegis para as águas próximas à Venezuela, como parte dos esforços do presidente Donald Trump para combater as ameaças dos cartéis de drogas latino-americanos. O USS Gravely, o USS Jason Dunham e o USS Sampson devem chegar em breve, informou um funcionário americano, que não estava autorizado a comentar e conversou com a agência The Associated Press nesta terça-feira, 19, sob condição de anonimato. Um funcionário do Departamento de Defesa confirmou que os navios foram designados para a região em apoio aos esforços de combate às drogas. O funcionário disse que os navios permaneceriam “ao longo de vários meses”.

A implementação de contratorpedeiros e do pessoal dos EUA está ocorrendo simultaneamente à pressão exercida por Trump para que as Forças Armadas dos EUA impeçam os cartéis que ele culpa pelo fluxo de fentanil e outras drogas ilícitas nas comunidades americanas e pela perpetuação da violência em algumas cidades dos EUA. Trump também pressionou a presidente mexicana Claudia Sheinbaum a cooperar mais em matéria de segurança do que seu antecessor, sendo mais agressiva na perseguição aos cartéis mexicanos. Contudo, ela estabeleceu um limite quando se trata da soberania do México, rejeitando sugestões de Trump e outros sobre intervenção das Forças Armadas dos EUA.

Em fevereiro, Trump classificou o Tren de Aragua da Venezuela, o MS-13 em El Salvador e seis grupos sediados no México como organizações terroristas estrangeiras. O governo republicano também aumentou a fiscalização da imigração contra supostos membros de gangues. A designação é normalmente reservada para grupos como a al-Qaeda ou o Estado Islâmico, que utilizam a violência para fins políticos – e não para redes criminosas focadas em dinheiro, como os cartéis latino-americanos. No entanto, o governo Trump argumenta que as conexões internacionais e as operações dos grupos – incluindo tráfico de drogas, contrabando de migrantes e ações violentas para expandir seu território – justificam a designação.

O Ministério da Comunicação da Venezuela não respondeu prontamente ao pedido de comentário. Na segunda-feira, 18, o ditador venezuelano Nicolás Maduro afirmou que os EUA intensificaram suas ameaças contra a Venezuela e anunciou a mobilização de mais de 4,5 milhões de milicianos em território nacional. A Milícia, composta por cerca de 5 milhões de reservistas, conforme dados oficiais, foi criada pelo ditador Hugo Chávez, falecido em 2013, e se tornou posteriormente um dos cinco componentes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).

O império desatino e retomou suas ameaças à paz e à tranquilidade da Venezuela”, declarou Maduro em um evento em Caracas, sem mencionar nenhuma ação específica. No início deste mês, o governo Trump anunciou que dobraria para 50 milhões de dólares a recompensa pela prisão de Maduro, acusando-o de ser um dos maiores traficantes de drogas do mundo e de trabalhar com cartéis para inundar os Estados Unidos com cocaína misturada com fentanil.

Maduro foi denunciado em um tribunal federal de Nova York em 2020, no primeiro mandato de Trump, juntamente com diversos aliados próximos, sob acusações federais de narcoterrorismo e conspiração para importar cocaína.

Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Fernando Dias

Fonte por: Jovem Pan

Sair da versão mobile