Favelas de SP apresentam temperatura até 15 °C superior a bairros próximos

Imagens de satélite revelam temperaturas extremas em áreas densas e com pouca vegetação, com favelas superando 45 °C no último verão.

06/12/2025 7:50

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(Imagem de reprodução da internet).

Diferenças de Temperatura em Favelas de São Paulo

Um estudo recente revelou que a temperatura de superfícies em favelas de São Paulo pode ser até 15 °C mais alta do que em bairros vizinhos. Imagens de satélite mostraram que, enquanto o Morumbi registrou cerca de 30 °C, a favela de Paraisópolis alcançou 45 °C, e Heliópolis superou 44 °C nos dias mais quentes.

Estudo e Metodologia

A pesquisa foi conduzida por Rohit Juneja, Flávia Feitosa e Victor Nascimento, do Centro de Estudos da Favela (Cefavela), vinculado à Universidade Federal do ABC. Os dados foram coletados a partir de 19 imagens termais do Satélite Landsat 8, abrangendo o período de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025, e refletem a temperatura das superfícies, que tende a ser superior à temperatura do ar.

Contexto Demográfico

Segundo o último censo do IBGE, São Paulo possui cerca de 11,5 milhões de habitantes, dos quais mais de 1,7 milhão reside em 1.359 favelas. Essas áreas ocupam apenas 4% do território, mas concentram mais de 15% da população. As temperaturas nessas regiões frequentemente ultrapassam os 40 °C, conforme evidenciado por um mapa interativo do Cefavela.

Variações de Temperatura nas Favelas

As diferenças de temperatura entre as favelas são significativas. Comunidades em áreas densamente povoadas e sem vegetação apresentam temperaturas extremas, enquanto outras, próximas a corpos d’água ou corredores verdes, têm temperaturas mais amenas. Por exemplo, no Capão Redondo, quatro das dez favelas mais quentes da cidade foram identificadas, com Jardim Capelinha/Nuno Rolando atingindo 47,4 °C.

Conclusão e Recomendações

Os pesquisadores enfatizam a importância de reconhecer que o calor não é apenas um fenômeno meteorológico, mas também resultado das escolhas de planejamento urbano. Eles sugerem que soluções baseadas na natureza, como corredores verdes e telhados verdes, podem atuar como um “ar-condicionado natural” para as cidades, ajudando a reduzir as temperaturas e aumentar a resiliência urbana. O desafio, segundo eles, é tanto técnico quanto político, e envolve a inclusão do calor como uma dimensão da inadequação habitacional.

Fonte por: Poder 360

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