Financiamento climático continua em impasse na última semana da COP30

Impasses nas Negociações da COP30 sobre Financiamento Climático

Na última semana da COP30, as discussões sobre o modelo de financiamento para o combate às mudanças climáticas continuam a gerar divergências entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. O foco do impasse reside nas exigências das economias mais ricas por metas mais rigorosas para o aquecimento global e a necessidade de uma divulgação mais frequente de dados relacionados.

Por outro lado, os países emergentes defendem que só poderão avançar nessas metas se houver um aumento significativo nos investimentos por parte das grandes potências. Essa situação tem dificultado o progresso nas negociações.

Demandas por Aumento de Financiamento

No dia 17 de outubro, o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, enfatizou a necessidade de um aumento no financiamento destinado ao combate das mudanças climáticas, afirmando que o tempo de promessas já passou. Ele destacou que a transição energética deve ser justa e inclusiva, promovendo emprego e desenvolvimento em todas as regiões.

O discurso de Alckmin foi apoiado pela presidente da Assembleia Geral da ONU, Annalena Baerbock, que ressaltou que o capital necessário para enfrentar a crise climática existe, mas precisa ser redirecionado adequadamente.

Desafios no Financiamento

Atualmente, apenas US$ 200 bilhões foram anunciados para a luta contra a crise climática, o que representa apenas 23% do valor considerado necessário anualmente para a próxima década. Essa contribuição tem vindo principalmente de bancos multilaterais e investidores privados, uma vez que os países ainda não chegaram a um acordo sobre o financiamento.

Simon Stiell, secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, criticou a lentidão das decisões, afirmando que o ritmo das mudanças na economia real não está sendo acompanhado pelo progresso nas negociações.

Expectativas para a Última Semana da COP30

Durante a fase política das negociações, ministros de mais de 150 países presentes em Belém devem trabalhar para destravar os investimentos e a pauta da conferência. A última semana será marcada por intensas negociações, com autoridades buscando acordos em pontos sensíveis que não avançaram nas discussões técnicas.

O presidente Lula também participará do evento nesta quarta-feira (19), com a expectativa de que sua presença traga um peso político significativo para as negociações. Além disso, ele deve buscar incluir na declaração final da COP uma referência ao plano para a transição dos combustíveis fósseis, um tema que se tornou central em sua agenda desde a Cúpula dos Líderes.

Fonte por: CNN Brasil