Forças russas intensificam avanço na Ucrânia apesar de apelo dos EUA por cessar-fogo

Avanços das Forças Russas na Ucrânia

As forças russas continuam a avançar em diversos pontos da linha de frente na Ucrânia, mesmo após um novo apelo do presidente dos EUA, Donald Trump, para a interrupção dos combates. Trump sugeriu que ambos os lados “devem parar onde estão” após uma reunião com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Washington, D.C.

Apesar das solicitações, os russos parecem determinados a consolidar seus avanços antes da chegada do inverno. Recentemente, Moscou utilizou um número recorde de bombas aéreas guiadas, com 268 lançamentos em um único dia, em comparação com uma média de 170 a 180 por dia nas semanas anteriores.

Essas bombas, que podem carregar até 1.500 kg, têm como alvo principal as forças ucranianas e a infraestrutura próxima às linhas de combate. Além disso, os russos intensificaram os bombardeios noturnos com drones e mísseis, especialmente contra a infraestrutura energética da Ucrânia.

Intensificação dos Conflitos e Táticas Russas

Na última semana, a Rússia lançou mais de 3.270 drones de ataque, 1.370 bombas aéreas guiadas e quase 50 mísseis de diferentes tipos, conforme relatado por Zelensky. Analistas afirmam que o Kremlin não tem incentivos para fazer concessões, uma vez que suas forças estão melhorando no campo de batalha.

Especialistas observam que Moscou desenvolveu novas táticas para utilizar drones de forma mais eficaz, transformando uma fraqueza anterior em uma vantagem. Além disso, a Rússia tem aprimorado seus mísseis e sistemas blindados, concedendo maior autonomia a seus comandantes no planejamento das operações.

A cidade de Kupiansk, na região de Kharkiv, está sob crescente pressão, com tropas russas avançando. Os militares ucranianos relataram a infiltração de cerca de 80 soldados russos na cidade, enquanto tentam repelir os invasores e evitar o acúmulo de forças inimigas.

Custos e Consequências dos Avanços Russos

A Rússia conquistou aproximadamente 300 quilômetros quadrados de território nas últimas quatro semanas, um número que representa metade do que foi obtido no mês anterior. Contudo, esses avanços têm um alto custo, com estimativas indicando que cerca de 250 mil soldados russos morreram na Ucrânia, totalizando mais de 950 mil baixas.

Somente na área de Pokrovsk, cerca de 14 mil soldados russos foram mortos ou feridos desde o final de agosto. Diante dessas perdas, o Ministério da Defesa da Rússia está alterando sua abordagem de recrutamento, reduzindo os bônus de contratação que antes atraíam novos recrutas.

O Kremlin pode começar a mobilizar membros da reserva ativa para sustentar suas operações na Ucrânia. Enquanto isso, a Ucrânia intensifica seus ataques de longo alcance contra a infraestrutura energética russa, buscando pressionar o Kremlin a aceitar negociações.

Desde o início do ano, a Ucrânia realizou ataques bem-sucedidos contra 45 instalações no setor de combustível e energia da Rússia, resultando em uma interrupção significativa da capacidade de refino do país. Apesar das perdas e danos à economia russa, o presidente Vladimir Putin não demonstra disposição para um cessar-fogo ou negociações com a Ucrânia.

Fonte por: CNN Brasil