Gabriel Barros aponta falhas na gestão dos gastos em políticas sociais
Gabriel Barros, economista-chefe da ARX, alerta no CNN 360° sobre como a indexação do salário mínimo e os gastos sociais afetam as contas públicas do Brasil.
Desafios nas Políticas Sociais do Brasil
A gestão das políticas sociais no Brasil enfrenta sérios desafios que afetam o equilíbrio do Orçamento federal. Gabriel Barros, economista-chefe da ARX, destaca que há um descontrole na administração dessas políticas, o que resulta em um aumento significativo das despesas públicas relacionadas a benefícios sociais.
Fatores que Contribuem para o Aumento das Despesas
Um dos principais fatores identificados por Barros é a reindexação do salário mínimo acima da inflação. Ele explica que cada aumento de R$ 1,00 no salário mínimo gera um impacto de R$ 400 milhões nas despesas públicas. O Brasil é um dos poucos países que vincula o salário de trabalho ao salário de benefício, criando um efeito cascata nas contas públicas.
Outro fator crítico é o descontrole na concessão de benefícios, especialmente no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e nos benefícios do INSS. Barros alerta que existem mais de 2 milhões de benefícios represados no INSS, resultando em mais de R$ 70 bilhões que o governo deixou de gastar devido ao represamento dos pagamentos. Embora a política social tenha crescido em tamanho, a gestão continua ineficiente e descentralizada, com sobreposição na concessão de benefícios.
Críticas à Estratégia de Arrecadação do Governo
Barros também critica a estratégia do governo de focar exclusivamente no aumento da arrecadação para equilibrar as contas públicas. Ele observa que essa abordagem já foi exaurida, com muitos aumentos de receita desde o início do governo. O Congresso demonstra sinais de fadiga em relação a novas medidas de aumento da carga tributária.
Embora reconheça que as renúncias fiscais no Brasil, que ultrapassam 5% do PIB, sejam altas em comparação com outros países, Barros critica a estratégia unilateral de consolidação fiscal. Ele aponta que, enquanto o governo anterior foi criticado por focar no ajuste fiscal por meio da redução de despesas, o atual governo adotou uma abordagem totalmente centrada na arrecadação.
Perspectivas para o Futuro Fiscal
Sobre a possibilidade de revisão da meta fiscal em 2026, ano das eleições presidenciais, Barros acredita que o governo tentará evitar essa medida devido às repercussões negativas que poderia causar no câmbio e na curva de juros, o que poderia prejudicar os planos eleitorais. No entanto, ele observa que o governo já começou a retirar despesas do limite de gastos, um movimento que pode comprometer a credibilidade do arcabouço fiscal.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Redação
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