Galípolo aponta programas sociais como causa do elevado índice de juros
Galípolo aponta “políticas concebidas como resposta à covid” como razão para a inflação ainda em níveis elevados, apesar da taxa Selic elevada.
O presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou na segunda-feira (11.ago.2025) que programas sociais podem ser um fator que contribui para a Selic estar em um patamar elevado e, mesmo assim, a inflação não alcançar a meta estabelecida. O presidente do BC abordou o assunto em uma palestra da Associação Comercial de São Paulo.
Galípolo afirmou que as políticas foram elaboradas como resposta à Covid e que permaneceram. Ele disse que tais políticas têm um caráter mais progressista, que tende a colocar mais dinheiro nas mãos da camada da população que apresenta uma propensão marginal a consumir mais. Não citou nenhum programa especificamente.
Ele abordou o assunto em sua apresentação, mencionando hipóteses sobre o motivo pelo qual a economia brasileira mantém dinamismo, mesmo com juros elevados. O efeito indesejado disso, declarou, é que há maior dificuldade para diminuir a inflação do que em outros países.
Ainda não se observam as expectativas de médio e longo prazo produzindo a convergência desejada pelo Banco Central. Os programas sociais brasileiros custam, no mínimo, R$ 387 bilhões por ano.
A previsão de especialistas aponta para uma inflação de 5,05% em 2025, conforme o Boletim Focus apresentado pelo BC na segunda-feira (11.ago). Observa-se uma redução contínua na mediana das estimativas em 11 semanas. Contudo, a projeção permanece superior à meta de inflação, que é de 3%, com um limite de 4,5%.
Tarifas nos EUA
Galileo declarou que as recentes taxas de importação nos Estados Unidos elevam a incerteza na economia global e representam um fator suplementar para a manutenção das taxas de juros em níveis elevados.
O presidente do BC declarou que as cobranças sobre o cargo que exerce são excessivas. “É como jogar na Bombonera com juiz duvidoso”, afirmou em referência ao estádio do time de futebol argentino Boca Juniors, em Buenos Aires.
Galvão declarou que é fundamental o Pix ser gerenciado pelo Banco Central. Se os administradores fossem privados, “existiria sempre uma suspeita do ponto de vista de conflitos de interesse”. Afirmou que o uso de outros meios de pagamento tem aumentado de forma mais significativa desde o início da operação do Pix, em novembro de 2020. A razão, segundo ele, é que, devido ao Pix, houve a inclusão de pessoas no sistema bancário.
O presidente nacional do PSD e secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab, e o secretário de Projetos Estratégicos do Estado de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, estavam presentes na mesa principal durante a palestra de Galípolo na Associação Comercial de São Paulo.
Fonte por: Poder 360
