GOL sugere reestruturação societária e retirada da B3

GOL Linhas Aéreas Planeja Fechamento de Capital

A GOL Linhas Aéreas anunciou nesta segunda-feira (13 de outubro de 2025) que seu conselho de administração aprovou uma proposta de reorganização societária, que pode resultar no fechamento de capital na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. A companhia pretende deixar de ter suas ações negociadas na bolsa e se tornar uma empresa totalmente controlada pelo grupo Abra.

Objetivos da Reorganização

Segundo o comunicado, essa operação visa simplificar a estrutura do grupo, reduzir custos e integrar as operações. A proposta será submetida à votação dos acionistas em uma assembleia marcada para o dia 4 de novembro.

A GOL Linhas Aéreas Inteligentes e a GIB (GOL Investment Brasil) serão incorporadas pela GLA (GOL Linhas Aéreas), que é uma subsidiária integral da GOL e opera como uma empresa de capital fechado. O objetivo é reorganizar as operações da companhia, buscando sinergias e redução de custos.

Opções para Investidores

Os investidores que atualmente possuem ações terão duas alternativas:

• Vender suas ações em uma OPA (oferta pública de aquisição), que é uma recompra realizada pela empresa;
• Continuar como sócios da nova companhia, que não terá ações negociadas na bolsa nem registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

A GOL também informou que acionistas que não concordarem com a operação terão o direito de recesso, podendo solicitar o reembolso de suas ações. Caso o valor total da OPA ultrapasse R$ 47,25 milhões, a controladora poderá desistir da operação, o que impediria a reestruturação.

Encerramento de Negociações com a Azul

A decisão da GOL ocorre menos de um mês após o encerramento oficial das negociações de fusão com a Azul. As discussões, que começaram no início do ano, foram interrompidas devido a divergências sobre prioridades financeiras e estratégicas entre as companhias. O fim das negociações também resultou no término do acordo de codeshare entre as duas aéreas.

Dificuldades com a B3

A GOL enfrenta desafios para cumprir as normas da B3, tendo um número reduzido de ações em circulação e papéis com valor abaixo de R$ 1, o que a classifica como “penny stock”. A bolsa estabeleceu um prazo até janeiro de 2026 para que a empresa corrija o preço das ações e até janeiro de 2027 para aumentar a quantidade de ações disponíveis.

Esses problemas surgiram após a recuperação judicial da GOL nos Estados Unidos, concluída em junho. Desde então, a controladora Abra aumentou sua participação para mais de 99% das ações, deixando apenas 0,78% em circulação.

Fonte por: Poder 360