Governo brasileiro considera que a crítica dos EUA ao Mais Médicos é “ataque infundado”

O ministro afirma que a sanção decorre de informações falsas e que o Brasil não irá “subordinar seu governo ao americano para aprimorar o relacionamento”.

15/08/2025 12:41

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Brasília (DF), 18/02/2025 - O ministro da Casa Civil, Rui Costa, durante a primeira reunião extraordinária de 2025 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), no Ministério de Minas e Energia. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasília (DF), 18/02/2025 - O ministro da Casa Civil, Rui Costa,...

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, declarou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), promoveu um “ataque infundado” contra o Brasil, especificamente em relação ao programa Mais Médicos.

A afirmação ocorreu após o governo americano ter revogado vistos de profissionais vinculados ao programa.

O ministro, em publicação nas redes sociais, questionou se a sanção, justificada por suposta contratação de médicos cubanos, seria “desinformação ou provocação premeditada”, considerando que o programa não mantém vínculos com Cuba desde 2018.

Atualmente, a situação é distinta. A última seleção da Mais Médicos foi composta por mais de 90% de profissionais com CRM no Brasil. Isso significa que a fala norte-americana, além de equivocada, é mal-intencionada, escreveu o ministro no X.

Rui Costa afirmou que, caso os EUA tenham optado por um presidente que não aprecia o Brasil e busca prejudicar as relações entre os dois países, a reação não será de “submissão”, mas sim de “intensificar a integração com outros parceiros estratégicos no contexto internacional”.

Entenda.

A participação de trabalhadores cubanos no Mais Médicos foi uma das justificativas utilizadas pelos Estados Unidos para revogar, na quarta-feira (13.ago.2025), os vistos de funcionários e ex-funcionários do governo brasileiro, além de ex-funcionários da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e familiares. Segue a íntegra do comunicado (PDF – 247 kB).

Funcionários foram responsáveis ou envolvidos na cumplicidade do esquema coercitivo de exportação de mão de obra do regime cubano, que explora trabalhadores médicos por meio de trabalho forçado. O comunicado afirma que o esquema teria enriquecido o corrupto regime cubano e privado a população de Cuba de cuidados médicos essenciais.

O texto menciona Mozart Julio Tabosa Sales, Secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-Assessor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde, ex-diretor de Relações Externas da Opas e atual coordenador-geral da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica) para a COP30.

O comunicado afirma que, no âmbito do programa Mais Médicos, essas autoridades utilizaram a Opas como intermediária com o governo cubano para implementar o programa, contornando os requisitos constitucionais brasileiros, as sanções dos EUA a Cuba e, de forma consciente, pagando ao regime cubano o que era devido aos profissionais de saúde cubanos.

Médicos cubanos que participaram do programa relataram terem sido explorados pelo regime cubano como parte dele.

Fonte por: Poder 360

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