Governo Lula solicita revisão de estudos sobre os custos de Angra 3
Análise examina cenários com sócio do setor privado, financiamento público ou abandono das obras. Confira no Poder360.

Retomada dos Estudos para Angra 3
O governo federal, por meio de um despacho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, determinou que a Eletronuclear e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) atualizem os estudos necessários para a conclusão da usina nuclear Angra 3, localizada no Rio de Janeiro. Essa atualização é um passo importante antes da possível retomada das obras da usina.
Durante uma reunião extraordinária do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) realizada em 1º de outubro, ficou decidido que as análises devem incluir os custos de diferentes cenários para o projeto. Os cenários a serem considerados são:
- Continuidade com sócio privado: Avaliar o acordo entre Eletrobras e a ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional), firmado em abril de 2022, que prevê a participação de um investidor privado no projeto.
- Continuidade apenas com recursos públicos: Utilização de recursos da ENBPar e da União.
- Abandono do projeto: Detalhar os gastos já realizados, as consequências legais, financeiras e técnicas, além dos impactos sobre as empresas públicas envolvidas no setor nuclear.
Além disso, o estudo deve incluir uma análise dos custos relacionados à gestão de rejeitos radioativos, ao encerramento seguro das operações no futuro e às medidas de segurança pós-operacionais.
Impacto Financeiro da Conclusão de Angra 3
O custo estimado para finalizar a usina Angra 3 é de aproximadamente R$ 23 bilhões, valor que ainda não considera as atualizações que serão feitas com os novos estudos. O TCU (Tribunal de Contas da União) alertou que a retomada das obras pode acarretar custos adicionais de até R$ 43 bilhões na tarifa de energia elétrica.
De acordo com o TCU, se os custos decorrentes de atrasos, ineficiências ou variações cambiais forem repassados integralmente, as tarifas de energia podem quase dobrar em relação aos valores atuais das usinas em operação. Quando concluída, a Angra 3 terá uma potência instalada de 1.405 MW (megawatts), suficiente para atender cerca de 4 milhões de pessoas.
Histórico das Obras de Angra 3
As obras de Angra 3 tiveram início na década de 1980, mas foram interrompidas várias vezes devido a problemas financeiros, contratuais, atrasos e casos de corrupção. Em 2007, o CNPE decidiu pela retomada da construção, e a maior parte do projeto civil e do fornecimento de equipamentos foi reiniciada entre 2008 e 2015. No entanto, a usina ainda não foi concluída, e até 2025, estima-se que cerca de 67% da obra esteja finalizada.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Redação
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